O Porto é mais “cool” do que Lisboa, com a cidade do Norte a ganhar à capital graças à sua “mistura única de História, clima ameno, cultura, gastronomia e vida noturna”.
A afirmação é da televisão norte-americana CNN, que no seu website apresenta oito argumentos em defesa de opinião. Para os validar, foi ao encontro de quem conhece a frente e o avesso da cidade, como é o caso de Rui Reininho.
“As surpresas barrocas, as escarpas de granito românticas, a sinceridade quase obscena das pessoas, o rio impetuosamente dourado, as camélias desmaiadas, o Atlântico selvagem cheio de peixe e marisco ou as ruas estreitas lavadas com água com sabão” são, com o recorte literário do vocalista dos GNR, boas razões por que não há como hesitar entre “o estilo tropical de Lisboa e o liberalismo europeu do céltico Porto”.
E há as vendedoras do Bolhão, como Maria Olinda Ramísio, que à CNN fala da Ribeira com as suas velhas tabernas e uma “cultura de tradição que caracteriza o povo”.
Seguindo até ao mar, surge o testemunho de Marta Marques, designer de roupa infantil, a defender a zona da Foz, menos procurada pelos turistas. “Devem descobri-la”, refere, mostrando que o Porto é diversidade: “temos rio, mar, praias e excelentes lojas e restaurantes”.
Outros testemunhos são chamados ao artigo, inclusive o de uma estrangeira que a cidade adotou há 15 anos. “Adoro as pontes, especialmente a Luís I”,afirma a ucraniana Ganna Bocharova, para quem o Porto “é pequeno e compacto, podemos andar a pé ou de bicicleta por todo o lado. A comida é boa, as pessoas são simpáticas. Vim para ficar”.
Entre mais e menos conhecidos portuenses, há também o inevitável encontro com Richard Zimler, ainda recentemente homenageado com a Medalha de Ouro da cidade. Para o escritor norte-americano, tripeiro confesso, no Porto há sempre “lugares secretos a descobrir que são de uma beleza absolutamente extraordinária”.
Agora, então, os argumentos (e termos de comparação) que fazem a CNN considerar o Porto mais “cool” do que Lisboa:
Tripeiros ou Alfacinhas? Com os primeiros está o caráter e a gastronomia do Norte.
Douro vs Tejo. É fácil descobrir onde a CNN encontra um “abraço mais aconchegante”, atado por várias pontes.
Ribeira vs Alfama. Partilham muito em comum, mas “ganha” a Ribeira, menos alterada pelo turismo e “mais intimista, talvez até um pouco claustrofóbica” com os seus ângulos fechados e ruas sinuosas.
“Batalha de praias”. Seja em Lisboa ou no Porto, ambas são apetecíveis. Mas as da Invicta são, como se costuma dizer, “já aqui ao lado”.
Grande vida noturna. A movida do Porto, expandindo-se por largos e ruas da Baixa, sai em vantagem quando comparada com a de Lisboa. No centro portuense “há inúmeros espaços novos, elegantes” que convidam ao convívio e à diversão pela noite dentro. Pode haver muita novidade, mas há lugares que nunca perdem – e cá surge o café Piolho.
Porto ou ginginha? O primeiro tem “clara vantagem”. Global, nobre, antigo?
As melhores vistas. Ambas as cidades têm paisagens fenomenais. Da serra do Pilar, a imagem da cascata portuense é “inesquecível”. Mas vale também a pena divisar a cidade do alto dos Clérigos, só para acrescentar mais um ponto.
Vida de café. São muitos os bons cafés e os históricos “são parte essencial na malha antiga de Lisboa ou Porto”. Mas o artigo é sobre esta última cidade, com passagem por casas emblemáticas como o Guarany, Ceuta ou Majestic.