O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje que a requalificação e modernização do Entreposto Frigorífico de Vila do Porto é “um compromisso do Governo dos Açores para com os pescadores marienses”, acrescentando que visa “não só melhorar as condições de funcionamento” desta infraestrutura, mas também “permitir melhores condições de trabalho dos pescadores e dos comerciantes de pescado” da ilha de Santa Maria.
Gui Menezes adiantou que se aguarda atualmente “a emissão dos pareceres necessários para se proceder ao lançamento do concurso público da obra ainda no primeiro semestre deste ano”.
O Secretário Regional falava na apresentação do projeto de requalificação e modernização do Entreposto Frigorífico de Vila do Porto, no âmbito da visita estatutária do Governo a Santa Maria.
A obra, no valor de mais de um milhão de euros, e com um prazo de execução de 12 meses, prevê a instalação de uma sala de processamento de pescado individualizada do restante edifício, devidamente climatizada e com instalações sanitárias, bem como uma zona de resíduos e acessos independentes.
Será feita também a reformulação da rede de amoníaco do Entreposto Frigorífico, com a execução de novos isolamentos e sistema de segurança, estando previstos melhoramentos gerais da instalação elétrica e do posto de transformação.
Na sua intervenção, o governante referiu que, para além do procedimento público para aquela infraestrutura, “está previsto para breve” o lançamento do concurso para a empreitada do Entreposto Frigorífico da Horta, no Faial, “enquanto se trabalha no projeto do Entreposto da Madalena, reforçando, assim, a rede de frio da Região”.
Gui Menezes lembrou ainda que está a decorrer a obra de melhoramento e ampliação do Entreposto Frigorífico das Velas, em São Jorge, “uma empreitada que deverá estar concluída em agosto”.
No âmbito da valorização do pescado açoriano, o Secretário Regional defendeu que a Região tem “ainda uma margem de progressão considerável”, apontando a fileira do atum como uma área com “grande potencial para crescer em valor”.
Neste sentido, referiu que o Executivo, em articulação com os parceiros do setor, está a trabalhar na criação de um plano para a valorização daquela espécie.
“Na prática, temos de avançar para um novo patamar que impulsione novas formas de tratar o nosso atum selvagem de elevada qualidade, através da formação dos nossos armadores e pescadores, para que o atum possa ser vendido em mercados de valor acrescentado, contribuindo, mais uma vez, para o aumento do rendimento do setor”, afirmou, acrescentando que “estão programadas ações de formação a bordo, dirigidas aos nossos armadores e pescadores, sobre o manuseamento de atum, para que possa ser mais valorizado.
Segundo o titular da pasta das Pescas, esta é “uma medida de grande importância, sobretudo agora que os Açores podem, pela primeira vez, fazer pesca dirigida ao rabilho, a espécie de atum com mais valor no mercado”.
“Este é o resultado do trabalho que o Governo dos Açores tem feito junto da Comissão Europeia e da ICCAT – Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico, na defesa da pesca sustentável de salto e vara que se pratica na Região”, frisou.
Durante a sua intervenção, Gui Menezes referiu ainda que o Governo Regional vai continuar a “criar espaços de diálogo e de permuta de conhecimentos de extrema utilidade para os intervenientes do setor das pescas dos Açores, com a contribuição de especialistas regionais, nacionais e internacionais”.
Apontou, neste sentido, a organização de eventos, como a Conferência Internacional sobre Pesca de Atum de Salto e Vara, no final de 2017, que “pretendeu promover e valorizar esta técnica artesanal, e que deu os seus frutos,” e anunciou que está a ser preparada uma Conferência Internacional sobre Governança dos Oceanos em Regiões Arquipelágicas, “com o objetivo de projetar os Açores enquanto região na vanguarda de estudos dos oceanos, nomeadamente na atividade da pesca e na gestão de recursos vivos marinhos”.
Esta conferência, que se vai realizar na primeira quinzena de outubro na ilha do Faial, pretende “envolver o setor das pescas, bem como elementos de instituições reconhecidas de investigação, monitorização, gestão e observação dos recursos marinhos”.