O Governo dos Açores, através das Direções Regionais do Turismo e da Agricultura, apoia a viagem final do Congresso anual Wine Summit 2019, que decorrerá na ilha do Pico a 29 de junho, com participantes provenientes da Europa, EUA e Canadá, com o objetivo de dar a conhecer paisagem e a cultura da vinha nesta ilha, bem como o vinho do Pico e dos Açores aos nacionais e internacionais mais influentes nesta temática.
A informação foi adiantada, em Lisboa, na conferência de imprensa de apresentação do congresso mundial de vinhos Wine Summit – Must — Fermenting Ideas, que contou com a presença da Diretora Regional do Turismo e com o Diretor Regional da Agricultura.
Segundo a Diretora Regional do Turismo, “a viagem do final do congresso à ilha do Pico” será seguramente “um enorme sucesso”, já que, a nível de promoção, “trata-se de uma iniciativa muito interessante e com impacto na colocação da cultura vitivinícola do Pico a nível mundial”.
Cíntia Martins destacou que o Pico se constitui como “o cenário perfeito para acolher grande parte dos oradores e da imprensa que participarão no Wine Summit, nomeadamente especialistas em vinhos, bem como, imprensa mais genérica como, por exemplo, o New York Times”.
“Com um programa ligado à temática do Vinho, esta viagem à ilha do Pico, fechará, certamente com chave de ouro, mais uma edição do congresso anual Wine Summit, considerando, por um lado, a Paisagem Cultural da Vinha do Pico, classificada desde 2004, como Património Mundial da UNESCO e, por outro lado, a afirmação, nesta ilha, de produtores de vinhos de excelência”, sublinhou.
A Diretora Regional salientou ainda que, “é importante cada vez mais”, evidenciar os vários produtos turísticos que marcam a identidade dos Açores e de cada uma das ilhas, onde a temática do Vinho se enquadra “como sendo um produto de excelência, sendo a ilha do Pico uma Terra de tradição vínica, onde se produzem vinhos bastante apreciados em todo o Arquipélago, no mercado nacional e internacional, nomeadamente nos EUA, onde alguns vinhos já viram reconhecida a sua qualidade com a atribuição de inúmeros galardões”.
O Diretor Regional da Agricultura, José Élio Ventura, afirmou que este evento constitui mais uma oportunidade para dar a conhecer, além fronteiras, o “bom trabalho” que tem vindo a ser feito na ilha do Pico ao nível da recuperação da paisagem e da vinha, bem como todo o dinamismo económico, empresarial e turístico que se está a gerar.
A região demarcada da vinha do Pico, elevada a património da humanidade em 2004, constituiu uma enorme conquista para os Açorianos, e nomeadamente para os habitantes da Ilha do Pico que viram, assim, reconhecida uma importante parte do seu património arquitetónico, legado de várias gerações.
Localizada na base da mais alta montanha portuguesa, com 2351 metros de altitude, a zona da paisagem da cultura da vinha do Pico transporta-nos para o vulcão que deu origem à ilha, um local único onde se produz o vinho verdelho, que chegou a ser vendido para o Vaticano e servido à mesa dos czares da Rússia.
“O vinho produzido nestas condições, além de ser um vinho especialíssimo, singular e único no mundo, é de muito boa qualidade. Ali, as uvas nutrem-se a partir da rocha e podem adquirir qualidade assinalável. São castas muito nobres, que dão um vinho de excelência”, considerou o diretor regional.
José Élio Ventura salientou que o setor da vitivinicultura nos Açores, em geral, e no Pico, em particular, tem em curso uma mudança estrutural profunda, que se materializa no aumento de hectares de vinha certificada em produção, quase 1.000 hectares, a grande maioria na ilha do Pico, no aumento do número de produtores, da produtividade e na valorização do vinho.
“O crescimento que temos vindo a assistir neste setor é verdadeiramente notável, com impactos muito significativos no ambiente, na paisagem e na economia de ilhas como o Pico”, referiu José Élio Ventura, frisando que a Região dispõe de “características e condições únicas para a produção de vinhos de grande qualidade, cumprindo rigorosamente todos os critérios de boas práticas agrícolas e enológicas, sendo reconhecidos internacionalmente”.
Os números ilustram bem essa trajetória de sucesso, pois segundo o Diretor Regional “em 2018 a produção de vinho apto a ser certificado atingiu os 450 mil litros, representando a maior produção de vinho apto a ser certificado de sempre, perspetivando-se que em 2020 a quantidade do vinho apto a ser certificado ultrapasse já 1 milhão de litros”.
Nos Açores existem 38 marcas de vinho certificado, várias centenas de produtores individuais e três zonas demarcadas: Biscoitos (Terceira), Graciosa e Pico. Existe, ainda, a Indicação Geográfica Protegida – Açores para os vinhos de qualidade brancos e tintos, que satisfaçam as condições de produção fixadas.