O Secretário Regional da Agricultura e Florestas salientou que o abate de bovinos nos Açores continua a registar crescimentos, sobretudo ao nível do consumo local, tendo-se registado um aumento de 6,3% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com igual período de 2017.
“Os dados mais recentes de abate de bovinos nos Açores dão conta de um crescimento de 6,3% no consumo local, aliás uma tendência que se tem mantido nos últimos anos”, afirmou João Ponte, acrescentando que, “entre 2015 e 2017, o crescimento do consumo de carne bovina na Região atingiu os 17%”.
O titular da pasta da Agricultura considerou que estes dados são “positivos” e traduzem a aposta do Governo dos Açores e dos agricultores na valorização da fileira da carne.
Além do aumento do consumo local nos primeiros meses deste ano, também se registou, segundo João Ponte, um “crescimento muito assinalável na exportação”, que atingiu 23%.
O Secretário Regional frisou ainda que há uma procura muito grande de carne dos Açores no mercado do continente, não só pela qualidade do produto, mas também por se ter registado um crescimento da exportação de animais vivos do continente para o mercado do Médio Oriente e Norte de África.
Por outro lado, sublinhou que a escassez de carne de vaca no mercado, reclamada pelos talhantes, é “uma falsa questão”, pois, na realidade, “a partir do momento que se verifique uma subida do preço pago ao produtor, consegue-se normalmente carne de vaca para abastecer e satisfazer o mercado local”.
“Na verdade, o que acontece neste momento é que a carne de vaca dos Açores está a ser mais valorizada no continente do que na Região. Isto é o mercado a funcionar. Naturalmente, haverá uma regulação do mercado nos próximos meses”, afirmou João Ponte.
O governante disse que decorre até maio o período de retenção das vacas leiteiras, o que quer dizer que essa escassez ao nível do produto é cíclica, pelo que o Governo dos Açores tomou a decisão de, no âmbito do POSEI, reduzir o período de retenção de junho para maio.
João Ponte assegurou também que “está fora de questão” suspender ou retirar os apoios dados à exportação de carne, que considerou serem “muito importantes” para que se consiga colocar carne dos Açores no continente, mercado que paga mais pelo produto.
“O preço pago no mercado continental a um produtor é ligeiramente superior ao valor pago pela carne produzida na Região. Naturalmente, se se pusesse em causa este apoio tornaríamos a fileira da carne nos Açores em situação de maior fragilidade”, sustentou.
João Ponte salientou ainda que não há, por parte dos Açorianos, qualquer limitação ao acesso à carne de vaca, nem há qualquer rutura de abastecimento ou prática de preços proibitivos.
“Naturalmente, as carnes mais nobres são vendidas no mercado local a um preço superior, mas, como sabemos, existem carnes para todos os preços e para todas as bolsas de rendimento em função daquilo que são as opções que cada Açoriano faz no tipo e qualidade de carne que consome. Sempre assim foi e assim continuará a ser”, frisou o Secretário Regional.