O Diretor Regional do Desenvolvimento Rural salientou a capacidade e o grande potencial produtivo da agricultura nas ilhas do Corvo e das Flores para responder ao aumento da procura de nichos de mercado, como, por exemplo, carne em modo de produção biológica, associando a Identificação Geográfica Protegida (IGP).
“Acredito na capacidade de produção agrícola nestas ilhas e desafio os agricultores a apostarem ainda mais na valorização do setor, pois é nele que assenta uma significativa porção da riqueza criada na Região e é uma das componentes do nosso modelo de desenvolvimento”, afirmou Fernando Sousa, que participou quinta-feira nos debates sobre os desafios da agricultura nas duas ilhas e o futuro da Política Agrícola Comum pós 2020.
Para Fernando Sousa, é possível crescer mais na valorização dos produtos agrícolas das duas ilhas, obter maior rendimento e ter explorações agrícolas sustentadas, geradoras de emprego e contribuintes líquidas para o desenvolvimento do Grupo Ocidental e da Região.
“O Governo tem dado sinais claros da sua aposta na criação de valor para as produções agrícolas, nomeadamente no leite e na carne, mas este é um desafio de todos os que estão na fileira”, disse o diretor regional, acrescentando que o abate de bovinos IGP cresceu 28% no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período de 2017.
Fernando Sousa considerou ainda ser imperativo apostar cada vez mais na qualidade e aproveitar melhor as oportunidades de mercado, lembrando que a ilha das Flores está classificada como Reserva da Bioesfera pela UNESCO, algo que deve constituir um elemento de valorização da carne produzida nesta ilha.
“As perspetivas são otimistas. Há um grande potencial de crescimento, não só pela aposta que os produtores têm vindo a fazer, mas também fruto dos investimentos no setor e na rede regional de abate”, afirmou, salientando que, no caso das Flores, os efetivos bovinos são indemnes à Brucelose e Tuberculose.
Relativamente à Política Agrícola Comum 2021-2027, Fernando Sousa referiu que os próximos meses são de negociações intensas, destacando que, “nos Açores, há uma efetiva união de todo o setor” para se conseguir o melhor orçamento possível para as Regiões Ultraperiféricas.
No final de junho, o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, visitou os Açores pela primeira vez, tendo anunciado que não haverá cortes no POSEI, como chegou a ser proposto pela Comissão Europeia, mas mantém-se uma redução de verbas para o Programa de Desenvolvimento Rural.