O Dia Mundial da Poesia ─ 21 de março ─ foi assinalado no Sabugal com um encontro com poetas do nosso concelho que teve lugar na Biblioteca Municipal.
Organizado pelo Município do Sabugal, em parceria com o Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta do Sabugal, neste encontro poético estiveram reunidos alguns poetas que representam e engrandecem o que de melhor em poesia se tem feito no concelho do Sabugal: Alfredo Correia, Amélia Rei, Fernando Birra e João Urbano Correia.
Aberta a sessão pelo vereador Amadeu Neves, tomaram a palavra os poetas; cada um à sua maneira falou de poesia e do que é ser poeta, tendo declamado poemas da sua autoria.
No final houve espaço de debate com o público, trocaram-se impressões várias, partilharam-se reflexões sobre a poesia. Poesia que deve ser entendida e interpretada pelos leitores em função das suas circunstâncias (no dizer de Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”), da sua história de vida, das suas emoções… Ou, na poesia de António Gedeão (Impressão Digital):
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.