A Diretora Regional da Energia salientou hoje, em Lisboa, a importância de os Açores terem uma participação ativa em programas europeus neste setor, considerando que “fomentam a redução das disparidades económicas e sociais e reforçam as relações bilaterais entre os estados doadores e os estados beneficiários”.
Andreia Carreiro, que falava no âmbito do encerramento do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants Portugal) 2009-2014, frisou que, através deste mecanismo o Governo dos Açores “materializou importantes conquistas no setor energético, nomeadamente através da construção da Central Geotérmica do Pico Alto, na ilha Terceira”, numa referência ao GAIa Programme – Geothermal Azores Iceland Programme.
O GAIa Programme, inserido na área programática Energias Renováveis (AP6), do setor prioritário daquele Mecanismo Financeiro, levou ao estreitamento da cooperação entre os Açores e a Islândia, através da partilha de conhecimentos e de experiências e da transferência de tecnologia.
“Os EEA Grants 2009-2014 permitiram também o aumento da capacitação científica e tecnológica dos Açores”, sublinhou Andreia Carreiro, recordando que, no âmbito deste projeto, 12 técnicos e dois estudantes de pós-graduação da Universidade dos Açores participaram em cursos lecionados pela Universidade das Nações Unidas da Islândia, sendo que quatro técnicos participaram em cursos de pós-graduação.
“É pertinente para os Açores contar com esta capacidade técnica no desenvolvimento consolidado da sua política”, defendeu a Diretora Regional, apontando benefícios económicos e estratégicos para os Açores que resultam desta parceria, como “a poupança relativamente à importação de combustíveis fósseis, protegendo a economia regional de fatores externos como o preço do barril de petróleo, ao mesmo tempo que permite um forte contributo para a autossuficiência energética da Região”.
“Este é mais um marco no caminho que temos vindo a traçar no sentido de fomentar o posicionamento dos Açores como exemplo a considerar quando se trata de adoção de políticas que resultem numa baixa emissão de carbono e na eficiência no uso de recursos naturais endógenos, com benefícios diretos para as populações”, afirmou Andreia Carreiro.
O Espaço Económico Europeu é composto pelos Estados Membros da União Europeia e três países da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) – Islândia, Liechtenstein e Noruega -, que partilham o mesmo mercado interno.
Através do Mecanismo Financeiro 2009-2014 e 2014-2021, os estados doadores financiam, em 15 Estados Membros da União Europeia, iniciativas e projetos em várias áreas programáticas e com diversos objetivos.