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Estreia hoje a obra “Stabat Mater”, de Vasco Pereira, em Elvas

A cidade de Elvas é palco da estreia da obra “Stabat Mater”, do maestro Vasco Pereira, na noite desta sexta-feira, dia 28, pelas 21.30 horas, na Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Sé de Elvas).

A obra composta para soprano, mezzo-soprano e quinteto de cordas – dois violinos, duas violas e um violoncelo – sobre o Hino escrito em Latim no século XIII atribuído ao franciscano Jacopone da Todi ou ao papa Inocêncio III em honra a Santa Maria.

Elvas, cidade Património Mundial retoma a tradição centenária de estreias
 
Elvas foi sempre palco de estreias e primeiras apresentações.

Até princípios do século XX, foi barómetro em pré-estreias e primeiras audições/apresentações de óperas, operetas e peças teatrais. 

Aqui, nesta cidade raiana, senhora de um património material e imaterial de incalculável valor e inegável beleza. 

Tem também, um património pictórico contemporâneo representativo da excelência dos nossos artistas pintores e escultores.

Muitos foram os artistas, autores e actores que fizeram de Elvas o seu primeiro palco.

Hoje, retoma a cidade de Elvas o seu legado de apresentar ao país e ao Mundo, tal como o fez com o padre Francisco Martins ou Manuel Rodrigues Coelho, novas obras musicais contemporâneas, como é este “Stabat Mater” da autoria do compositor alentejano Vasco M. N. Pereira, concerto organizado pela Câmara Municipal e com o apoio da paróquia da Igreja de Nossa Senhora da Assunção (ou Sé de Elvas), através do seu pároco, padre José António.

Há várias razões para a escrita deste Stabat Mater:
  1. Nasceu este Stabat Mater de um desafio feito por uma cantora francesa que, meio a sério meio a brincar, o lançou ao compositor.
  2. Apesar de não estarem os temas religiosos tão na “moda” como outrora, continuam a ser uma mais que excelente e grande fonte de trabalho (inspiração) para os compositores.
  3. Quis Vasco Pereira dar uma visão mais contemporânea e mais humana, portanto menos mística, do Stabat Mater: a morte de um filho sentida e vivida por uma mãe através da música.
  4. Por último, por ser um tema medieval tão ao gosto do compositor e do público em geral.
Este Stabat Mater não está baseado na melodia gregoriana. Todos os temas musicais são originais e únicos, ainda que o texto não o seja. É um “relembrar” dum tema medieval.

O tema sobejamente conhecido, por outros compositores o terem abordado, como Pergolesi ou Rossini.

Dividido em vinte versículos, tantos como os versículos do hino medieval Stabat Mater, musicalmente estão escritos quase todos com a forma de ária ou canção com refrão com prelúdio e coda instrumental.

Segue este Stabat Mater a filosofia e a maneira de entender a música de câmara por parte do compositor: duas obras numa só, isto é, uma obra para a voz ou vozes e outra para o quinteto de cordas.

Para além desta particularidade, é uma obra pensada para ser executada exclusivamente por mulheres. Porque só as mulheres têm a vivência e a experiência do que é gerar e parir um filho, ou seja, ser MÃE na plenitude. É uma humilde homenagem a todas as Mães.
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