A tradicional Festa de Santo Antão, em Óbidos, decorre, como é habitual, no próximo dia 17 de janeiro, terça-feira. O festejo, que mistura a componente religiosa com uma outra profana, junta milhares de pessoas, todos os anos, que comem, bebem e divertem-se à volta de diversas fogueiras espalhadas pelo recinto. Uma festa inserida nas celebrações do Feriado Municipal de Óbidos.
Trata-se de uma romaria à ermida de Santo Antão, o santo que protege os animais, no cimo de um cabeço com o mesmo nome, com cerca de 80 metros de altura.
A difícil subida de 150 degraus até à ermida não demove os romeiros que, num misto de religião e profano, se juntam a esta festa em busca de bênção para os seus animais. Numa região onde a agropecuária assume um papel importante, esta romaria adquire grande importância.
Durante este dia são feitas promessas com vista à recuperação de um animal doente, ou pedidos de boas ninhadas. Estas promessas são pagas na casa de esmola ou na sacristia recebendo em troca uma vela enrolada numa fita de nastro cor-de-rosa previamente benzida. O costume de pagar as promessas em géneros têm-se vindo a perder ao longo dos anos. Esta é a filosofia base destas cerimónias.
As velas e fitas benzidas, símbolo de promessas do ano anterior, são oferecidas ao Santo e colocadas junto aos pés do mesmo. Já outros devotos optam por queimar as velas no tabuleiro.
A estes rituais religiosos junta-se a componente profana. No mesmo local, vendedores de pinhões, laranjas, chouriços, cavacas e outros produtos tradicionais dão origem a uma feira. Os romeiros fazem fogueiras onde assam os chouriços que são depois acompanhados por bom vinho.
À animação, junta-se a música dos acordeões trazidos de casa, prolongando a festa até ao pôr-do-sol. Um dos arraiais mais caraterísticos e espontâneos de Portugal.