O Festival DDD – Dias da Dança regressa ao Porto, Matosinhos e Gaia a partir de 27 de abril e comprova que a colaboração dos três municípios da Frente Atlântica não só está já a dar frutos, como tem potencial de crescimento e alargamento a outras áreas, o que foi afirmado hoje pelos autarcas dos três concelhos, em conferência de imprensa.
O que é já o maior evento de dança contemporânea do país cresce nesta segunda edição para um total de 35 espetáculos a realizar nos equipamentos municipais e espaços públicos.
Com 285 artistas nacionais e estrangeiros e envolvendo também diversos agentes, o Festival DDD – que nasceu do desafio de avançar com a Frente Atlântica, lançado pelo Porto a Gaia e Matosinhos – é desde logo “um excelente exemplo das vantagens da cooperação”, considerou o presidente da Câmara de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, referindo-se aos três concelhos como “esta grande cidade”.
“Se mais não fizéssemos do que o DDD, já tinha valido a pena”, afirmou Rui Moreira, fazendo notar que a organização do festival foi um dos principais objetivos que esteve na génese da Frente Atlântica. O presidente da Câmara do Porto acrescentou que mais ainda poderá ser feito quando houver resposta à candidatura conjunta ao programa Norte 2020, apresentada já em setembro do ano passado.
Por seu lado, o vereador da Cultura de Gaia, Delfim de Sousa, apontou a organização do festival como exemplo de que “temos de reaprender a aprender uns com os outros, independentemente das forças partidárias que representamos, pois potenciar a criatividade é nossa obrigação”.
Essa é, aliás, uma das metas do DDD que, além da realização de múltiplos espetáculos, promove o encontro de artistas e agentes culturais de diferentes países, constituindo – segundo Rui Moreira – “uma montra muito interessante para os criadores”. Tais hipóteses estarão patentes ao longo dos 17 dias, até 13 de maio, nas 57 récitas e nos 35 espetáculos a apresentar, dos quais nove serão estreias absolutas e oito irão constituir estreias nacionais.
Acresce que, nesta segunda edição, verifica-se também um aumento da componente formativa. Tiago Guedes, diretor artístico do festival, revelou que será superior a 25 o número de masterclasses, workshops e outras atividades complementares aos espetáculos, o que “proporciona aos diferentes públicos, mas em particular à comunidade estudantil, uma relação de proximidade com os coreógrafos, potenciando o ensino da dança, a reflexão, o questionamento, a produção e a partilha do conhecimento”.
Ancorado no Dia Mundial da Dança (29 de abril), o DDD propõe, assim, um intenso circuito de programação que é assegurado pelas coproduções estabelecidas com o Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre, Teatro Nacional São João, Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery, Coliseu do Porto, Fundação de Serralves, Balleteatro, Armazém 22 (Gaia) e Mala Voadora, bem como pelas parcerias com o Teatro do Bolhão, Convento Corpus Christi e Casa do Design Matosinhos.
Com mais seis dias do que na edição anterior, o festival estará organizado em três áreas: DDD IN (espetáculos de auditório), DDD OUT (eventos e performances em espaços públicos) e DDD EXTRA (conjunto de atividades complementares, designadamente masterclasses, workshops e cinema).
Entretanto, e dando enfase ao seu caráter agregador dos três concelhos nesta “grande cidade”, o Festival DDD vai apresentar publica e detalhadamente a sua programação na próxima quarta-feira, dia 12, durante um inusitado evento a bordo do Metro do Porto.
Com partida às 18,15 horas da estação de Santo Ovídio, paragem na Trindade às 18,40 horas e chegada ao Mercado de Matosinhos às 19,35 horas, a viagem de Metro será aproveitada para essa apresentação através do circuito de comunicação interno da composição pelo próprio Tiago Guedes, estando previstas performances pelo Balleteatro, à partida e à chegada.
Mas pode já ir avaliando a qualidade e o interesse da aposta feita na programação, aqui.
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