No último dia do FOLIO – Festival Literário de Óbidos houve muitas emoções contraditórias, entre a felicidade do sucesso e a angústia do fim, mas foi durante a ligação por videochamada com o Brasil, no âmbito da campanha internacional “Amazónia Chama” que caíram mais lágrimas de emoção.
Este projeto, do Instituto de Leitura Quindim (ILQ), é uma plataforma digital colaborativa, lançada no final de Agosto, que pretende juntar um acervo de obras artísticas sobre a Amazónia de forma a sensibilizar para o que se passa naquele importante território. Pretende-se, desta forma, mobilizar a classe artística nacional e internacional em defesa da maior floresta tropical do planeta.
Em Óbidos, na Galeria Nova Ogiva, a desmatação da Amazónia e os seus perigos para a Humanidade foi assinalada com um minuto de silêncio, seguido 30 minutos de poesia, com poemas a serem declamados pelos escritores Afonso Cruz, Ondjaki e Válter Hugo Mãe, mas também por vários elementos do público. A leitura foi acompanhada da exibição digital de várias ilustrações alusivas ao “Amazónia Chama”.
Este encontro solidário decorreu sempre em direto com Brasil, numa ligação por videochamada, com Volnei Canônica, presidente do ILQ, dinamizador do projeto. O responsável explicou que pretendem levar a qualquer parte do mundo imagens relativas à Amazónia. Tal como aconteceu no FOLIO ILUSTRA, com a exposição da ilustração do brasileiro Roger Mello (Prémio Hans Christian Andersen 2014) sobre este movimento “Amazónia Chama” no “PIM!”.
Nesta evocação esteve também a escritora Margarida Botelho que contou a sua experiência na Amazónia, onde participou num projeto de mediação de leitura, numa altura em que foi muito polémica a construção de uma grande barragem no Estado brasileiro do Pará.