
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas alertou, em S. Roque do Pico, que a redução da produção de leite nesta ilha põe em causa a rentabilidade da produção de queijo e de manteiga da Cooperativa Leite Montanha, bem como a sua viabilidade económica.
“O futuro da cooperativa está nas mãos dos produtores de leite da ilha do Pico. Em seis anos a Cooperativa perdeu 2,5 milhões de litros de leite. Se a produção de leite continuar a diminuir, como aconteceu em 2018, com uma redução nas entregas de 15%, a viabilidade e a rentabilidade da cooperativa fica em risco”, afirmou João Ponte, que falava quarta-feira na apresentação, na ilha do Pico, das alterações do POSEI 2019.
João Ponte assegurou que o Governo dos Açores esteve, está e estará sempre disponível para ajudar a criar soluções sólidas para o crescimento da produção leiteira na ilha do Pico, mas, se os produtores não se mobilizarem neste sentido, de nada servirá.
“O Governo Regional cumpriu a sua parte, apoiando de forma muito expressiva o investimento de remodelação da fábrica e a reestruturação do setor leiteiro no Pico, mas é importante que, agora, os produtores cumpram a sua parte, ou seja, produzir mais leite para entregar na fábrica”, salientou o governante, reconhecendo que, apesar do preço do leite pago ao produtor ser pouco estimulante, é um rendimento certo e garantido, e alertando que “quanto menos leite a fábrica receber mais ineficiente é a sua exploração e mais dificuldades terá em pagar melhor o leite aos produtores”.
João Ponte afirmou que os Açores continuarão a gerar mais emprego, riqueza e desenvolvimento económico se produzirem bens transacionáveis, como é o caso dos produtos lácteos, daí a necessidade dos produtores continuarem a acreditar e apostar no setor leiteiro na ilha do Pico.
No setor da carne, João Ponte referiu que também existem desafios importantes a vencer, não só ao nível do crescimento do número de abates no Pico, mas também da desmancha e embalamento como forma de valorizar melhor a carne de bovino produzida na ilha.
“Apesar do crescimento do número de abates no Pico nos últimos quatro anos, mais 33%, o Governo dos Açores considera que ainda há margem para crescer, pois no ano passado foram exportados vivos 2.900 animais”, disse o governante, apontando como bom exemplo na valorização da carne do Pico o trabalho que a Verde Atlântico tem vindo a fazer, com “um projeto que valoriza a carne e deixa mais riqueza na Região”.
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