O Vice-Presidente do Governo anunciou a implementação, a partir de hoje, do projeto ‘Terceira Tech Island’, criado no âmbito do PREIT – Plano de Recuperação e Vitalização Económica da Ilha Terceira para potenciar as vantagens competitivas que a ilha e a Região podem oferecer no desenvolvimento das tecnologias de informação, através da formação intensiva de quadros em programação e da criação de condições para atrair investimento privado neste setor.
Sérgio Ávila, que assinalou na Praia da Vitória o início do primeiro curso de programação da Academia de Código nos Açores, frisou que, na “sequência de um trabalho silencioso” desenvolvido nos últimos meses, “mais do que um curso de formação, hoje pode começar uma nova etapa do desenvolvimento da Região, uma nova etapa do desenvolvimento da ilha Terceira”.
“Este projeto que hoje iniciamos, insere-se no âmbito do PREIT e é uma das medidas previstas para atenuar os efeitos da redução da atividade da Base das Lajes”, afirmou o governante.
Nesse sentido, Sérgio Ávila recordou que o Governo dos Açores analisou “à escala internacional” quais os setores de atividade económica com maior potencial, tendo identificado o setor da programação “como o de maiores oportunidades”.
“É um setor de crescimento exponencial, onde as empresas têm cada vez mais mercado e carecem cada vez mais de recursos humanos”, sem que o ensino regular tenha capacidade “de formar quadros para responder a essa necessidade” em tempo útil, afirmou o Vice-Presidente.
Nesse sentido, identificando essas oportunidades e no âmbito do PREIT, o Governo dos Açores decidiu criar “seis condições essenciais” para atrair empresas e concretizar o projeto ‘Terceira Tech Island’ , designadamente condições ao nível fiscal, do sistema de incentivos, da disponibilização de instalações para as empresas, do alojamento para quadros deslocados, da formação de programadores juniores e da captação de programadores seniores.
O titular da pasta da Competitividade Empresarial destacou que o Governo dos Açores, além de assegurar um regime fiscal “mais benéfico e competitivo, tendo em conta que este é um setor que assenta essencialmente em recursos humanos”, e de apoios ao “investimento das empresas que se pretendem instalar nesta área”, através do sistema de incentivos, o ‘Terceira Tech Island’ prevê a disponibilização de instalações.
No âmbito do trabalho de prospeção desenvolvido, Sérgio Ávila revelou a decisão de disponibilizar às empresas que se instalem na área da programação, “não só instalações para o desenvolvimento da sua atividade, como também habitação para os seus quadros” que se desloquem à Região, criando assim mais duas condições importantes.
O Vice-Presidente frisou que faltam em Portugal cerca de 50 mil programadores e a nível europeu um número muito superior para criar quadros necessários a este projeto, salientando que a quarta condição criada foi a do investimento na formação.
“Esta parceria com a Academia do Código, que é um modelo de sucesso, certificado por muitas empresas internacionais na área da programação, visa corresponder a esta necessidade”, afirmou Sérgio Ávila, acrescentando que se trata de “uma formação mais intensa, mais rápida, mais exigente”, que permite, “no período de quatro meses, dar ao mercado programadores juniores em início de carreira”.
O governante destacou também a importância para a competitividade das empresas da criação de condições para “captar programadores séniores”.
“Nesse sentido, desenvolvemos um processo de captação não só de empresas, mas também de programadores já com experiência”, revelou.
Dirigindo-se aos 20 selecionados, entre os cerca de 130 que se candidataram ao programa de ‘Bootcamp’ da Academia de Código, sem custos para os formandos, Sérgio Ávila destacou a “total garantia de empregabilidade” neste setor e a importância do seu futuro contributo para que a Região se constitua como “uma referência a nível nacional”, através do ‘Terceira Tech Island’.
O primeiro curso em programação promovido pelo Governo Regional nos Açores em parceria com a startup nacional Academia de Código tem a duração de 14 semanas, tendo os candidatos apurados sido escolhidos através de um rigoroso processo de seleção a cargo da equipa pedagógica da Academia de Código.