O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia apresentou, na Calheta, em São Jorge, a iniciativa ‘Pesca na Ilha’, que pretende “promover os produtos da pesca mais icónicos de cada ilha”, aproveitando as festividades de cada um dos concelhos dos Açores.
Gui Menezes salientou que esta iniciativa, que arrancou domingo por ocasião do Festival de Julho, tem como objetivo valorizar determinados produtos da pesca, “lançando ideias para novas formas de os confecionar”, mas também “dar outro entendimento do que é a pesca, valorizando esta atividade, que é muito importante na Região e que necessita de ser melhor compreendida”.
“Queremos trazer a pesca para o quotidiano das pessoas, através da criação de parcerias com as entidades locais, para que a imagem do setor se valorize”, sublinhou o Secretário Regional, acrescentando que se pretende também “refletir sobre a forma como determinados produtos são consumidos e sobre como todo o circuito de comercialização é feito”.
No caso da ilha de São Jorge, os produtos da pesca identificados foram o atum da conserveira Santa Catarina, “que tem tido uma projeção internacional e tem conseguido um bom nível de inovação”, e as ameijoas da Fajã de Santo Cristo, “consideradas um produto de excelência”.
“Queremos que haja uma reflexão sobre a sustentabilidade destes produtos, trazendo ao público em geral conhecimento mais detalhado sobre a forma como são explorados e os cuidados que devemos ter na sua exploração para que seja sustentável”, afirmou Gui Menezes.
Neste sentido, referiu o novo regime de apoio do FEAMP – Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas para a criação de parcerias entre cientistas e pescadores, cujo valor máximo de apoio por projeto é de 200 mil euros.
O Secretário Regional desafiou, por isso, os apanhadores profissionais de ameijoas de São Jorge a desenvolverem uma parceria com investigadores da Universidade dos Açores para “estudar mais a fundo” a Lagoa de Santo Cristo, de forma a “potenciar a produção de ameijoas, para que este produto possa ser explorado de uma forma cada vez mais sustentável, e para encontrarem novas formas de comercialização”.
“Não podemos olhar para a pesca sem pensar em sustentabilidade, em coesão social e na valorização do património de cada uma das ilhas”, defendeu o Secretário Regional.
Gui Menezes lembrou ainda que, até ao final do ano, estão abertas candidaturas ao regime de apoio à comercialização dos produtos da pesca e da aquacultura, cofinanciados pelo FEAMP, no âmbito do Programa Operacional MAR 2020, que permite que as associações do setor submetam projetos, por exemplo, para ‘branding’ e empacotamento de produtos da pesca.
A iniciativa ‘Pesca na Ilha’, promovida pela Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, através da Direção Regional das Pescas, envolve toda a fileira da pesca, desde pescadores e armadores, a investigadores, gestores e comerciantes, bem como o setor da restauração.
“Nestes eventos, envolvemos as associações de pesca local e criamos parcerias com as entidades locais, como as autarquias”, referiu Gui Menezes, acrescentando que se pretende “ligar o setor da pesca à identidade da ilha, dignificando a fileira da pesca e as comunidades piscatórias”.
A iniciativa ‘Pesca na Ilha’ que decorreu em São Jorge envolveu a Direção Regional dos Assuntos do Mar, a Câmara Municipal da Calheta, a Federação das Pescas dos Açores, a Associação de Pescadores de São Jorge, a Associação de Apanhadores de Ameijoa da Caldeira da Fajã de Santo Cristo, a APASA – Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores, o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, o Núcleo Empresarial de São Jorge e a Fábrica Santa Catarina.
O próximo evento ‘Pesca na Ilha’ vai realizar-se, em agosto, na Graciosa, sendo que os produtos em destaque serão o peixe seco e as algas.