O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou hoje, em Ponta Delgada, uma nova linha de financiamento para projetos de investigação e desenvolvimento em ciências sociais e humanas.
Gui Menezes frisou que este concurso, cujo edital será publicado esta semana, vai “financiar áreas de investigação que não estão alinhadas com a Estratégia de Especialização Inteligente dos Açores (RIS3), e vai permitir que organizações não governamentais [na área social] colaborem com centros de investigação para valorizar o seu trabalho e para se criar mais investigação”.
O Secretário Regional, que falava à margem de uma visita à Cresaçor – Cooperativa Regional de Economia Solidária, adiantou que esta linha de financiamento corresponde a um investimento de 200 mil euros, até 2021, sendo expectável que abranja oito projetos no valor até 25 mil euros.
“Estamos agora a relançar o apoio às ciências sociais, que não estavam enquadradas na RIS3”, disse, acrescentando que, no âmbito do novo quadro financeiro de apoio, o Programa Operacional dos Açores tem, obrigatoriamente, de contemplar os eixos prioritários da Especialização Inteligente.
Contudo, Gui Menezes frisou que, no âmbito dos dois concursos de apoio a projetos de investigação alinhados com a RIS3 foram contemplados 10 projetos na área das ciências sociais, nomeadamente no Turismo e no Mar (literacia/educação).
“Os projetos de investigação nestas áreas não foram completamente abandonados e vários centros ligados às ciências sociais tiveram financiamento”, afirmou.
O Centro de Estudos de Economia Aplicada do Atlântico e o Centro de Humanidades foram algumas das entidades que beneficiaram destes apoios, que corresponderam a um investimento superior a 1,5 milhões de euros.
Segundo Gui Menezes, para, por exemplo, se falar sobre “demografia e história é preciso ter uma base científica por trás, e isso também é muito importante no apoio à decisão [política]”.
“As ciências sociais e humanas são tão importantes para o nosso desenvolvimento como outras áreas” de ciências exatas, declarou, acrescentando, por isso, que esta linha de financiamento pretende “valorizar estas áreas e trabalhar no suporte científico”.
O Secretário Regional sublinhou que a “novidade” no concurso que será agora lançado é “a possibilidade de haver articulação com outros projetos de investigação que já estejam a decorrer no âmbito de outras linhas de financiamento”.
O governante salientou ainda que, através deste concurso, no âmbito do PRO-SCIENTIA, se pretende “cumprir o objetivo” a que o Executivo açoriano se propôs no início da legislatura de dar alguma previsibilidade nos apoios à ciência, bem como “alguma regularidade [nos concursos] para que se consiga manter algum ritmo de financiamento”.
Gui Menezes adiantou também que houve 15 candidaturas ao concurso para seis bolsas de pós-doutoramento em contexto empresarial, que estão agora em fase de avaliação, sendo que os resultados deverão ser conhecidos durante o mês de abril.