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Governo dos Açores quer uma PAC que garanta o crescimento da agricultura, a melhoria do rendimento e o reforço do desenvolvimento económico e da coesão social

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou que a futura Política Agrícola Comum (PAC) tem que continuar a garantir o crescimento da agricultura, a melhoria do rendimento e o reforço do desenvolvimento económico e da coesão social nos Açores.

 

“No caso particular da ilha do Pico, há um grande potencial agrícola que importa continuar a promover para garantir a sustentabilidade, uma maior competitividade e, por essa via, assegurar um melhor rendimento a todos os agentes envolvidos no setor”, salientou João Ponte, que falava quinta-feira num debate sobre ‘Desafios da Agricultura na ilha do Pico e o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020’, organizado pela Associação Agrícola da Ilha do Pico.

 

João Ponte frisou que há importantes desafios a vencer no futuro, desde logo garantir a sustentabilidade da fileira do leite, mas também uma maior valorização da fileira da produção de carne de bovino, o crescimento da viticultura, a modernização das infraestruturas e o abastecimento de água.

 

“Se falarmos do setor da carne e se somarmos a receita bruta da produção de carne, com as ajudas do POSEI e do PRORURAL+ pode representar para o Pico mais de 20 milhões de euros, o que demonstra bem a importância desta fileira para a economia do Pico”, frisou.

 

Promover a passagem da exportação em carcaças para carne embalada e em formato final de consumo, estimular a organização da produção e reduzir segmentos na cadeia comercial são aspetos a melhorar que, segundo João Ponte, vão exigir “uma maior profissionalização da gestão dos processos associados à fileira da carne”.

 

Relativamente ao setor do leite, o Secretário Regional desafiou os produtores do Pico a acompanharem o esforço de inovação por parte da Leite Montanha, a produzirem mais leite e de melhor qualidade, de modo a tornar esta cooperativa mais competitiva para ter condições para pagar melhor o leite aos produtores.

 

Depois do bom aproveitamento do programa VITIS pelos agricultores na recuperação de áreas para a produção de vinho, João Ponte considerou que agora o grande desafio passa pela sustentabilidade desta importante atividade e pela valorização da produção.

 

“Sabemos que é uma atividade que exige muita mão de obra, que tem custos e que é fundamental, depois deste grande esforço de transformação que se registou nos últimos anos, garantir que esta fileira tenha futuro, seja sustentável e geradora de mais riqueza e postos de trabalho”, considerou João Ponte.

 

Para o titular da pasta da Agricultura, é necessário que a PAC pós 2020 tenha “um orçamento robusto, que consiga corresponder aos desafios da agricultura no Pico e em toda a Região, proporcionando meios financeiros suficientes para estes mesmos desafios”.

 

“Vamos trabalhar até ao limite das nossas competências para que isso ocorra, apesar de haver um longo caminho a percorrer”, afirmou João Ponte, acrescentando que quer acreditar que não haverá uma redução do orçamento do POSEI, até porque o Presidente da Comissão Europeia disse há poucos meses: “vamos prosseguir com os programas POSEI para a agricultura, não pretendo reduzi-los e corrigi-los”.

 

Perante cerca de uma centena de agricultores e dirigentes associativos no Pico, João Ponte defendeu uma PAC que acautele o apoio à agricultura em zonas com desvantagens naturais e à manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas, e que reforce medidas que privilegiem a adoção de modos de produção que façam uma utilização sustentável dos recursos naturais.

 

Por outro lado, importa ter uma PAC que continue a disponibilizar recursos que privilegiem investimentos que aumentem a produtividade, a modernização das explorações, a inovação da indústria e das infraestruturas, que reforce medidas de apoio à produção em modo biológico e garanta mais meios para que a diversificação agrícola cresça.

 

João Ponte considerou ainda que é necessário ter uma PAC pós 2020 que melhore o regime de apoio à primeira instalação e que garanta a renovação geracional, com a possibilidade de atribuição de incentivos adequados que facilitem a saída das gerações com mais idade, facilitando, assim, a transferência da terra.

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