O Secretário Regional da Agricultura e Florestas assegurou hoje que o Governo dos Açores, dentro das suas competências, tudo fará para evitar que haja cortes no financiamento europeu no âmbito da Política Agrícola Comum, por considerar que seriam injustos e inaceitáveis.
“Todo o percurso feito pelo setor agrícola nos Açores, em termos de modernização, inovação e crescimento das produções, não pode ficar agora comprometido, por isso, o Governo Regional considera inaceitáveis os cortes que estão propostos ao nível do financiamento europeu no pós 2020”, afirmou João Ponte, em declarações no final da visita a uma plantação de café no concelho de Angra do Heroísmo.
Para João Ponte, a concretizarem-se os cortes anunciados pela Comissão Europeia, de 5% na Política Agrícola Comum, “não seria justo” com um setor que “tanto contribui para a economia, que tantos postos de trabalho cria, que tanta riqueza cria e, sobretudo, que tem evoluído muito nos últimos anos”.
O titular da pasta da Agricultura frisou que os Açores reivindicam mais financiamento europeu não só pela boa execução que têm feito dos fundos comunitários, mas, sobretudo, porque “é preciso continuar a reduzir as assimetrias, a compensar os agricultores açorianos pelo facto de produzirem numa região ultraperiférica, com custos acrescidos de produção”.
“Nos últimos três anos registou-se, nos Açores, um crescimento de 25% nas áreas dedicadas à diversificação agrícola, no âmbito do POSEI. No caso concreto da fruticultura, registou-se um aumento de 10%, entre 2015 e 2017, bem como na horticultura”, salientou João Ponte.
Ao nível do PRORURAL+, das cerca de 90 candidaturas aprovadas no âmbito de primeiras instalações, 30% dizem respeito às áreas da diversificação agrícola.
Quanto à modernização das explorações, de um total de 430 candidaturas aprovadas, 20%, ou seja, cerca de 90 são na área da diversificação, o que representou um investimento apoiado superior a sete milhões de euros, com uma despesa pública superior a cinco milhões de euros.
“Há claramente uma aposta crescente dos agricultores nesta área, resultado dos investimentos que têm sido feitos, aproveitando os fundos comunitários, as verbas disponíveis no POSEI”, afirmou João Ponte.
Na ilha Terceira, existem mais de 7.500 plantas de café, numa área de quatro hectares.