Inês Lopes Gonçalves, 15 anos, de Aguiar da Beira, e António Rodrigues, 17 anos, da Guarda, são os dois mandatários da Juventude da Candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027.
Venceram o concurso BI2047 que desafiava os jovens da Beira Interior a apresentarem ideias inovadoras como legado do projeto, 20 anos depois.
O júri selecionou as duas melhores ideias de uma lista de doze finalistas e, como prémio, designou os seus autores mandatários. Inês e António vão a partir de agora acompanhar a candidatura e participar com o estatuto de mandatários da juventude.
Mais informações sobre os mandatários para a Juventude ou outras notícias relativas à candidatura estão disponíveisaqui. O sítio oficial da Guarda2027 já está online e pretende ser um ponto de encontro e reflexão do projeto.
Mensagem do Presidente da Câmara Municipal do Sabugal, António dos Santos Robalo, sobre a candidatura Guarda 2027 – Capital Europeia da Cultura:
“A candidatura Guarda 2027 – Capital Europeia da Cultura é uma candidatura de um território – 17 Municípios -, e constitui-se como afirmação de um espaço alargado na sua diversidade cultural.
Guarda – 2027 assume-se também como plataforma de expressão da assimetria nacional, comprometedora da tão desejável e imprescindível coesão nacional. Condicionados pela geografia – espaço que tem sentido muitas dificuldades em descolar com sucesso duma ruralidade de mera subsistência –, esquecidos da administração central, fustigados por inúmeras dificuldades, só a intrépida coragem e vontade dos seus habitantes conseguiu, paulatinamente, ir melhorando as condições de vida. Melhorias que sacrificaram a demografia com a partida de uma significativa parte do seu mais valioso recurso: homens e mulheres à procura, no país ou no estrangeiro – a salto –, de uma vida melhor do que a herdada.
Balizados pela fronteira – nem sempre espaço de oportunidades – foi com denodado esforço e firme vontade de fuga ao magro sustento que muitos se aventuraram no contrabando – delito mas não pecado – importante expediente de que se serviram os habitantes desta região de fronteira e que tanto marcou a cultura e o modo de ser e de estar destas comunidades.
Foram estas vivências, condicionadas e condicionantes, que deram um sentido de pertença a esta região que superou largamente a pertença à comunidade local. Unidos, assim, na cultura e na história, sedimentou-se uma identidade regional, mais forte, mais empreendedora nos objectivos de afirmação de uma cultura que se quer ver reconhecida com a responsabilidade de uma Capital Europeia da Cultura.
Mas, engana-se quem pensar que as especificidades locais ou concelhias, as identidades e o sentido de pertença à comunidade, as tradições, os usos e costumes serão neutralizadas e absorvidas pelo espaço regional. Não! Pelo contrário, a Guarda – 2027 ganha com a multiplicidade e diversidade das manifestações culturais e com as imensas singularidades comunitárias de cada um dos Municípios.
Neste sentido, o Sabugal aporta à Guarda – 2027 uma riqueza cultural diversa nas suas expressões patrimoniais, nomeadamente a Capeia Arraiana que teve o reconhecimento nacional no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Independente do sucesso da Guarda Capital da Cultura – 2027, o Sabugal e os restantes 16 Municípios envolvidos na candidatura já ganharam com a partilha de esforços. É nossa convicção de que o trabalho realizado e a realizar será aproveitado e materializar-se-á na organização do território abrangido pelos Municípios da candidatura, no sentido de se acordarem termos de cooperação entre os Municípios e de se estabelecerem parcerias, sobretudo de âmbito cultural, que se traduzirão num plano concertado de ações, atividades, projetos e iniciativas consistentes.
Não podemos, um dia, desperdiçar o que viermos a conseguir entre os Municípios com esta candidatura, porque juntos temos uma escala de afirmação que cada Município per si, jamais atingirá.”
António dos Santos Robalo, Presidente da Câmara Municipal do Sabugal
