
Histórias do tempo da ditadura e da polícia política, em Portugal, e memórias de veteranos da Guerra das Malvinas, na Argentina, são contadas nos palcos do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica entre hoje e sexta-feira.
“No limite da dor” são quatro histórias entrelaçadas numa peça que mergulha na experiência vivida por muitos portugueses nas mãos da PIDE, nos anos da ditadura.
Esta criação de Julio César Ramirez a partir do livro homónimo de Ana Aranha e Carlos Ademar, para a companhia Lendias d’Encantar, é apresentada às 21 horas de hoje no Mosteiro de São Bento da Vitória e constitui uma profunda reflexão sobre a resistência, o medo, a humilhação, a dor e a dignidade do ser humano.
Em palco, duas mulheres e dois homens (Georgina, Luís, Conceição e Domingos) transitam perante os nossos olhos, não como personagens teatrais, mas como personagens reais que testemunham – através da emoção e da técnica de um grupo de atores – experiências por eles vividas e que nos chamam à atenção para a importância dos ideais, das convicções e da família.
Campo Minado
No Teatro Carlos Alberto, às 21 horas de quinta e sexta-feira, é apresentada a encenação de Lola Arias “Campo minado”, a propósito da guerra de soberania sobre as Falkland que opôs a Argentina e a Inglaterra, em 1982.
Num estúdio de cinema transformado em máquina do tempo, antigos combatentes são teletransportados ao passado para reconstruirem as suas memórias de guerra. Lou Armour foi manchete dos jornais quando os Argentinos o prenderam a 2 de abril; agora é professor do ensino especial.
Rubén Oteros sobreviveu ao afundamento do ARA General Belgrano; agora tem uma banda de tributo aos Beatles. David Jackson passou parte da guerra a ouvir e a transcrever códigos da rádio; agora ouve outros veteranos nas suas consultas de psicologia.
Gabriel Sagastume foi um soldado que nunca quis disparar; agora é um advogado criminal. Sukrim Rai foi um soldado que sabia como usar sua faca; agora é segurança. Marcelo Vallejo foi um atirador; agora é um campeão de triatlo.
A única coisa que estes homens têm em comum é terem sido veteranos da Guerra das Malvinas. Mas o que é um veterano: um sobrevivente, um herói, um louco? “Campo Minado” confronta diferentes visões de guerra, reunindo velhos inimigos para contar uma única história.
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NO LIMITE DA DOR de Julio César Ramirez pela Lendias d’Encantar
MSBV – PORTO
7 JUN 21:00
M/12
DUR. 60 min.
Bilhetes aqui
a partir do livro “No limite da dor” de Ana Aranha e Carlos Ademar
encenação: Julio César Ramirez
interpretação: Ana Ademar, Antonio Revez
cenografia: Julio César Ramirez
figurinos, grafismo, fotografia: Ana Rodrigues
banda sonora: João Nunes e participação de Fernando Pardal
desenho de luz, sonoplastia, operação de luz e som: Ivan Castro
construção de cenário: Ana Rodrigues, Ivan Castro
produção: Lendias d’Encantar
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CAMPO MINADO de Lola Arias
TECA – PORTO
8 JUN 21:00
9 JUN 21:00
M/12
DUR. 100 min.
Bilhetes aqui
texto e encenação: Lola Arias
interpretação: Lou Armour, David Jackson, Gabriel Sagastume, Ruben Otero, Sukrim Rai, Marcelo Vallejo
pesquisa e produção: Sofia Medici, Luz Algranti
cenografia: Mariana Tirantte
música: Ulises Conti
luz e direção técnica: David Seldes
vídeo: Martin Borini
engenheiro de som: Roberto Pellegrino, Ernesto Fara
assistência de encenação: Erika Teichert, Agustina Barzol
assistência técnica: Imanol López
assistência de produção: Lucila Piffer
figurinos: Andrea Piffer
assistente de figurinos: Federico Castellón Arrieta
produção: Erica Campayne
Encomendado por: Royal Court Theatre, Brighton Festival, Universidad Nacional de San Martín, Le Quais Angers, Kunstlerhaus Mousonturn, Athens & Epidaurus Festival, Theaterformen, hTh CDN Montpelier apoio British Council
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Conversa pós-espetáculo
08 JUN
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