Mais de 200 alunos do ensino secundário e profissional de Óbidos e Caldas da Rainha participaram, esta manhã, 15 de Outubro, no debate sobre a igualdade do género, com o tema “O nosso tempo e os medos que o povoam. As perspetivas de futuro”, organizado no âmbito do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos.
Joana Rabaça Gíria, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), começou a sessão salientando que há sempre que ter em conta que há caraterísticas diferentes do sexo masculino e feminino. É preciso, por isso, ter em conta essas distinções naturais, que devem ser niveladas de forma a tornar todos iguais.
Por outro lado, referiu que ainda existe uma grande disparidade salarial entre homens e mulheres. Em 2017, em média, o salário base dos homens em Portugal foi 14,8 por cento superior nos homens, em relação às mulheres. Nos cargos de topo a diferença é ainda maior (26 por cento, a favor dos homens).
Segundo Joana Gíria, há, em muitos casos, uma própria escolha individual nas mulheres para procurarem trabalhos menos bem pagos. Daí a necessidade de se abordar esta temática nas escolas. Na sua opinião, as empresas devem fazer um autodiagnóstico e perceber se existem pessoas que fazem um trabalho com o mesmo valor, mas são pagas de forma diferenciada por serem homens ou mulheres.
Daniel Pinto, diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, entende que é na escola, e em casa, que se deve inverter a situação atual, em que há profissões onde há mais homens e outras onde existem mais mulheres. “Estas sessões são importantes de modo a percebermos a melhor forma de atuarmos”, disse.
O presidente da associação empresarial Obidos.com, Carlos Martinho, deu um testemunho da sua atividade profissional, como hoteleiro, dizendo que “o currículo é mais importante do que o sexo [da pessoa]”. Uma ideia defendida também por José Vale, empresário da restauração, que afirmou que “o mais importante é que as pessoas sejam uma mais-valia para uma empresa”.