A JamHUB Solutions, empresa do Óbidos Parque – Parque Tecnológico de Óbidos, desenvolveu e está a internacionalizar-se com um software único para a área da Medicina, o TransplantHUB.
A solução foi criada com o objetivo de fornecer um ambiente integrado para gestão de todos os eventos associados ao transplante de um órgão sólido, agregando todos os workflows de doação e transplante. Numa só aplicação, o TransplantHUB fornece às equipas médicas a informação de que necessitam nas fases de tomada de decisão, ao mesmo tempo que garante a coordenação de todo o pessoal médico e simplifica a comunicação entre médicos e pacientes.
O TransplantHUB foi desenvolvido pela mesma equipa que desenvolveu o Registo Português de Transplantação (RPT), uma plataforma de âmbito nacional já a funcionar em mais de 50 hospitais de Norte a Sul do País e nas Regiões Autónomas, e que centraliza toda a informação disponível sobre o processo de doação, colheita e transplantação de órgãos e tecidos.
O TransplantHUB tirou “proveito do conhecimento entretanto adquirido não só com o desenvolvimento do RPT, mas também da compreensão cada vez mais profunda dos desafios inerentes à atividade”, explica Isabel Mateus, co-founder e CEO da tecnológica. “Em 2017, após quatro anos de RPT e já com o RPT implementado um pouco por todo o País, decidimos desenvolver um produto na área da transplantação”.
“Tomámos esta decisão cientes de que possuíamos um conhecimento profundo e de difícil aquisição, não só por ser altamente técnico, mas também pela sua multidisciplinaridade (mais de oito áreas de especialidade médicas) e pela dificuldade em adquiri-lo junto de profissionais com o tempo tão contado como médicos e enfermeiros”, justifica Isabel Mateus. Ao mesmo tempo, houve também a perceção “das necessidades existentes no setor da Saúde a nível mundial, não só em termos gerais, como também, e acima de tudo, neste nicho de mercado específico”.
“Efetivamente, se o transplante é a última esperança para diversos problemas de saúde, o número de pacientes a nível mundial à espera de um órgão é crescente. Este desafio resulta de fatores tão diversos como a dificuldade em converter potenciais dadores em dadores efetivos, já que existem limites estritos sobre as características de um dador, bem como do tempo que pode ocorrer entre a colheita e o transplante de um órgão. Por outro lado, apesar do enquadramento legal ser idêntico em toda a Europa, existem variações legais, processuais e organizativas entre os diversos países que há que contemplar”, constata a mesma responsável.
O TransplantHUB é por isso uma aplicação mais flexível, multilíngue, altamente configurável, “em que tirámos proveito da Inteligência Artificial para desenvolver algoritmos que apoiam as equipas médicas na tomada de decisão, desde a deteção de potenciais dadores até ao matching de pacientes e dadores”.
Projeto de internacionalização aprovado
O carácter inovador e a solidez do projeto garantiu a aprovação de um projeto de internacionalização cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Neste último ano, a marca TransplantHUB foi criada e registada a nível europeu e internacional, a sua presença digital foi desenvolvida com a criação de um website (https://transplanthub.com/), em paralelo com o arranque de uma estratégia de marketing digital e forte presença online.
Entretanto, a JamHUB Solutions esteve presente em algumas conferências, como a e-Health Summit, que decorreu em março e, mais recentemente, na conferência promovida pelo H-INNOVA – Health Innovation Hub, de que é parceira, integrando o painel de oradores do seminário “Inovação e Empreendedorismo em Saúde”, que decorreu na Universidade da Madeira.
Na ocasião, António Gonçalves, sócio da JamHUB Solutions, falou sobre o tema “Transformação digital como veículo de prestação de melhores cuidados de saúde”, usando justamente como exemplo o trabalho desenvolvido no TransplantHUB.