O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje, em Vila do Porto, que a certificação pela norma da qualidade e da segurança alimentar é um fator de prestígio para a rede regional de abate, ao mesmo tempo que permite dar resposta às exigências dos clientes e dos consumidores, contribuindo positivamente para a valorização da carne.
“A certificação dos matadouros é mais um contributo importante para a valorização da carne dos Açores, que permite dar resposta às exigências da qualidade e da segurança alimentar, o que possibilita também a abertura de novos e exigentes mercados”, frisou João Ponte, que falava na cerimónia de entrega do certificado ISO 22000 ao Matadouro de Santa Maria, no âmbito do segundo dia da visita estatutária do Governo Regional a esta ilha.
A ISO 22000 é uma norma de certificação internacional voluntária, que visa garantir a segurança alimentar em todas as etapas da cadeia e, consequentemente, o fornecimento de produtos seguros, em conformidade com os requisitos legais.
João Ponte reafirmou que o Governo dos Açores pretende concluir o processo de certificação de todos os matadouros da Região ao nível da segurança e da qualidade alimentar até ao final da presente legislatura, sendo que, muito em breve, o Matadouro do Pico vai receber a sua certificação pela Norma ISO 22000.
Para o governante, a certificação do Matadouro de Santa Maria, a par com a reativação “muito em breve” da sala de desmancha, sob a responsabilidade da AgromarienseCoop, constitui uma importante oportunidade para o crescimento da fileira da carne, para melhorar o rendimento dos produtores e para a criação de mais valias na economia mariense.
“No ano passado foram exportados com vida 1.410 bovinos dos Açores para o continente português e para a Madeira e em carcaça 50 animais”, adiantou João Ponte, acrescentando que “existem boas condições para aumentar o número de abates na ilha de Santa Maria”, diminuindo, assim, a exportação de animais vivos.
Apesar da situação favorável que a fileira da carne de bovino atravessa nos Açores, João Ponte salientou que existem ainda desafios importantes a vencer de modo a alcançar uma maior valorização e rendimento, que passam pelo reforço da desmancha das carcaças nos Açores, para que a carne seja expedida em peças, bem como um desafio mais exigente, que é expedir em formato final de consumo.
Do lado da produção, João Ponte indicou que os desafios passam, desde logo, por melhorar a conformação das carcaças, o que implica aperfeiçoar o maneio e conseguir ter capacidade para fornecer carne com regularidade aos mercados, algo a que a organização da produção pode dar um contributo muito importante, bem como apostar mais na produção de carne biológica, pois é mais valorizada no mercado.
“O Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA) está empenhado e a trabalhar com a produção e a comercialização para que esta fileira seja cada vez mais forte, geradora de riqueza e postos de trabalho”, afirmou.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas manifestou também a total disponibilidade do Governo dos Açores para, em conjunto com as organizações de produtores, rever o prémio ao abate de bovino do programa POSEI, que deve estar orientado também para critérios de qualidade.
“Em cinco anos, a produção de carne cresceu 30% nos Açores e, só no último ano, cresceu 15%”, afirmou João Ponte, acrescentando que, depois do crescimento sem paralelo verificado na produção de carne de bovino, importante agora é apostar mais no aumento da criação de valor.