O Secretário Regional da Agricultura e Florestas defendeu hoje que as associações, as cooperativas, os empresários e o Governo devem trabalhar com o objetivo único de promover e valorizar a carne dos Açores, de modo a garantir a sustentabilidade de um setor cujo volume de faturação primário atinge cerca de 50 milhões de euros anuais.
“Temos todos que trabalhar com um objetivo único, que é promover, valorizar a carne dos Açores e garantir a sustentabilidade deste setor”, afirmou João Ponte, em declarações à margem da reunião do Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA), no Parque de Exposições de São Miguel.
João Ponte adiantou que propôs aos membros do CERCA que se comece a trabalhar na elaboração de um plano de ação com vista à valorização da carne dos Açores, cuja fase inicial passa por ouvir todos os parceiros e os principais operadores no mercado.
O titular da pasta da Agricultura salientou que será também necessário criar uma marca própria – Carne dos Açores -, de modo a evitar qualquer tipo de confusão por parte dos consumidores e eventuais tentativas de aproveitamento de terceiros.
“Vamos começar a trabalhar no sentido de criar uma marca própria da carne da Região, que promova e potencie as nossas caraterísticas únicas associadas à Natureza e ao bem-estar animal, e as caraterísticas organoléticas”, frisou.
Para o Secretário Regional, “tudo isso tem de ser potenciado e o consumidor fora da Região, quando adquirir carne dos Açores, tem que ter a certeza e a confiança de que está a comprar um produto com qualidades únicas”.
Este trabalho, segundo João Ponte, passa por alterar o caderno de especificações da carne com Identificação Geográfica Protegida (IGP), pela sua manutenção e valorização enquanto carne de alta qualidade e pela aposta na carne de produção biológica ou de Reserva da Biosfera que poderá surgir no mercado, entre outros aspetos.
“Temos de nos posicionar pela qualidade”, sustentou João Ponte, acrescentando que os Açores estão a concluir grandes investimentos na rede regional de abate e vão apostar também na certificação dos matadouros para acrescentar ainda mais valor à carne.
Na reunião de hoje do CERCA, que contou com representantes de 12 entidades ligadas à agricultura, foram admitidos mais dois sócios, nomeadamente a Associação dos Jovens Agricultores Jorgenses e a empresa privada Quinta dos Açores.
O CERCA, associação de direito privado e sem fins lucrativos fundada no final de 2017, tem como missão encontrar e aperfeiçoar mecanismos de promoção, valorização, aconselhamento e análise dos mercados nacionais e internacionais, com vista ao fortalecimento da fileira da carne.
O Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores visa, também, incentivar a realização de estudos científicos e técnicos, abrangendo as diferentes vertentes socioeconómicas da realidade do setor na Região.