A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo salientou que o Governo dos Açores tem vindo a desenvolver várias ações para mitigação dos efeitos da presença militar dos norte-americanos na Base das Lajes, “visando o melhor conhecimento e o cabal esclarecimento de todas as questões que têm sido suscitadas”, por via de uma posição fundada em “relatórios técnicos rigorosos e no conhecimento científico”.
Marta Guerreiro, que falava, na Praia da Vitória, na cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação financeira entre o Fundo Ambiental e a empresa Municipal Praia Ambiente, referiu que, para além dos permanentes relatórios produzidos pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, “importa destacar que o Governo dos Açores promoveu uma missão do Laboratório de Prevenção e Segurança Radiológica, do Instituto Superior Técnico, com o objetivo de verificar a existência de uma eventual contaminação radioativa, fruto de notícias que avançavam a possibilidade de existir este tipo de contaminação na ilha Terceira”.
Esta missão decorreu uma primeira vez em 2017, cujos dados do relatório concluem que “os resultados da monitorização radiológica dos locais visitados correspondem aos valores do fundo radioativo natural, não tendo sido identificados radionuclídeos de origem artificial”, explicou a governante acrescentando que, durante este ano, foi desencadeada uma nova missão à mesma entidade.
“Neste momento, já recebemos o relatório preliminar que exclui a existência de contaminação radioativa, confirmando as conclusões do primeiro relatório elaborado no ano passado”, adiantou.
Segundo a Secretária Regional, o executivo açoriano também encomendou um estudo ao Instituto de Investigação e Tecnologias Agrária e do Ambiente da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, “um trabalho que ainda se encontra em desenvolvimento, prevendo-se a conclusão do relatório final até ao último trimestre deste ano”.
Marta Guerreiro salientou que em causa esteve “a caracterização geral da situação de referência para os sítios de maior risco ambiental, a identificação de eventuais lacunas de informação, a avaliação do risco potencial de contaminação dos aquíferos e do risco para a saúde humana, a análise preliminar de um conjunto de tecnologias que possam ser consideradas adequadas para a remediação dos locais poluídos e a prospeção de campo no sítio 5002 (Cinder Pit Fuel Tank)”.
“No âmbito deste trabalho foi, também, pedido à equipa da Universidade dos Açores que organizasse um workshop, ainda antes do final deste ano, envolvendo um conjunto vasto de técnicos e entidades e a população na discussão dos respetivos resultados e conclusões”, assegurou.
Na sua intervenção, a titular da pasta do ambiente reforçou que o combate a esta “problemática tem sido, e continuará a ser, uma prioridade do executivo açoriano”, lembrando as responsabilidades de cada uma das instituições, nomeadamente os Estados Unidos da América e o Estado Português, garantido que ao Governo dos Açores cabe “zelar pela qualidade ambiental do nosso território, bem como salvaguardar os recursos e o património natural e a saúde pública”.
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