Música, cinema, programa educativo e infantil, fórum de ideias, roteiro cultural, chuva de poesia e exposições
53 actividades de acesso gratuito com artistas de 16 nacionalidades em sete espaços ao longo de três dias
A cidade de Amarante é palco da terceira edição do MIMO Festival que, de 20 a 22 de Julho, oferece 53 actividades entre música, cinema, programa educativo e infantil, fórum de ideias, roteiro cultural, chuva de poesia e uma exposição inédita a Norte de Amadeo de Souza-Cardoso.
Totalmente gratuito – o MIMO é uma oportunidade única para conhecer alguns dos mais relevantes artistas que se apresentam pela primeira vez em Portugal, como é o caso de Matthew Whitaker Trio (EUA), do super-grupo Hudson com Jack DeJohnette, John Scofield, John Medeski e Scott Colley (EUA), GoGo Penguin (Inglaterra), Shai Maestro Trio (Israel), Baiana System, Moacyr Luz e Almério (Brasil). Mas também rever grandes artistas e grupos como Goran Bregovic Wedding and Funeral Band (Sérvia), Otto (Brasil), Orquestra Chinesa Cheong Hong de Macau (China), Timbila Muzimba (Moçambique), Pablo Lapidusas International Trio (Argentina/Brasil/Cuba), Dona Onete (Brasil), Noura Mint Seymali (Mauritânia), Rui Veloso, Dead Combo, Bruno Pernadas e Marta Pereira da Costa (Portugal).
Revelar o que de melhor se faz na música na actualidade é uma das premissas do MIMO Festival, que, desde a sua génese, há 15 anos no Brasil, tem como missão dar palco aos novos projectos, mas também homenagear os que contribuíram para o que a música é hoje. Entre nomes consagrados e os novos talentos, o público do MIMO contacta com representantes de diferentes géneros musicais e culturas, num festival inclusivo e que privilegia a diversidade.
Durante três dias, Amarante recebe artistas de 16 nacionalidades (Portugal, Brasil, EUA, Moçambique, Argentina, Mauritânia, Israel, China, Guiné-Bissau, França, Canadá, Espanha, Cuba, Inglaterra, Sérvia e Escócia) em sete espaços: Parque Ribeirinho, Museu Amadeo Souza-Cardoso, Igreja de São Gonçalo, Cinema Teixeira de Pascoaes, Centro Cultural Amarante, Largo de São Gonçalo e Parque Florestal de Amarante.
Paralelamente à música, durante estes dias, acontecem em Amarante: o Festival MIMO de Cinema, com 13 exibições, algumas em estreia no nosso país; o Programa Educativo, com 10 workshops e oficinas, com a presença dos músicos que fazem parte do cartaz deste ano; o Fórum de Ideias, com duas palestras, uma sobre Património Europeu e outra sobre a Sonoridade Actual da Música Urbana Brasileira; um Roteiro Cultural; uma Chuva de Poesia dedicada à autora brasileira Hilda Hilst; actividades dedicadas aos mais novos no MIMO para Crianças; e duas exposições – uma das grandes novidades do MIMO Festival Amarante. Pela primeira vez, o MIMO apresenta uma exposição de arte. “Os Modernistas. Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso, Colecção Millennium bcp” inaugura a 20 de Julho e poderá ser visitada no Museu Amadeo de Souza-Cardoso até 28 de Outubro, altura em que se celebra o centenário da morte do artista amarantino.
Com o apoio da Fundação Millennium bcp e curadoria de Raquel Henriques da Silva, esta mostra é composta por 59 obras dos grandes modernistas, como Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Almada Negreiros, Francis Smith, Jorge Barradas e Júlio Reis Pereira.
“Os Modernistas afirmam-se na arte portuguesa nas primeiras décadas do século XX. Pretendem contestar as ideias sobre beleza e a sua representação na pintura; desprezam a aprendizagem nas Escolas de Belas-Artes que, na sua opinião, comprometia a liberdade e a criatividade de cada um; procuram encontrar fontes de inspiração fora dos museus, por exemplo na escultura africana, nas artes populares ou nas estampas japonesas que não usavam a perspectiva para representar o espaço”, afirma Raquel Henriques da Silva.
Será também possível conhecer os 15 anos do MIMO através de uma mostra de fotografia que terá lugar no átrio do Museu Amadeo de Souza-Cardoso sob o tema “Cenários – MIMO 15 Anos”.
Antecipando a terceira edição do MIMO Festival Amarante, a directora Lu Araújo afirma: “Este é o ano de consagração do MIMO em Portugal. Há três anos que somos recebidos com muito amor e carinho em Amarante e é com muito gosto que, ano após ano, construímos um festival que tanta felicidade proporciona às milhares de pessoas que nos acompanham. Para esta terceira edição a premissa é a mesma: trazer os melhores artistas, novos talentos ou já consagrados, e oferecer três dias únicos cheios de diversidade, música, arte, cinema e poesia, sempre com respeito ao património envolvente”.
Recorde-se que o MIMO Festival tem como promotor a Câmara Municipal de Amarante. O presidente da autarquia está certo que este é um evento que “prestigia e valoriza Amarante”. “A aposta neste festival surge como reforço da estratégia de promoção da marca Amarante e a colocação de Amarante no mercado turístico internacional. O Município está empenhado em, conjuntamente com a produção, fazer deste MIMO um momento inesquecível, não só para os Amarantinos, como para todos os que nos visitam”, diz José Luís Gaspar.
E conta, ainda, com o patrocínio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no programa MIMO SEM BARREIRAS, que tem como objectivo facilitar a acessibilidade, a integração e a mobilidade de pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida, durante o festival em Amarante.
A Fundação Millennium bcp é mecenas do Programa Educativo e da exposição “Os Modernistas. Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso, Colecção Millennium bcp”.
A Azul é a companhia aérea oficial e a cerveja Heineken e o vinho Altano, as bebidas oficiais.
Matthew Whitaker Trio (EUA), o pianista de 17 anos que se estreou em disco com “Outta the Box” e já conquistou o público norte-americano em palcos como o Carnegie Hall, o Kennedy Center ou o Lincoln Center; Timbila Muzimba (Moçambique), a orquestra formada por dez jovens músicos e bailarinos que cresceram nos arredores de Maputo influenciados por ritmos tradicionais mas também reggae, rock, hip-hop, jazz; Orquestra Chinesa Cheong Hong de Macau (China), dirigida pelo maestro Li Fu Bin, vai apresentar um repertório variado e eclético do qual fazem parte temas tradicionais chineses e bandas sonoras de séries televisivas; Pablo Lapidusas International Trio (Argentina/Brasil/Cuba) onde o pianista argentino se junta ao baixista cubano Leo Espinosa e ao baterista brasileiro Marcelo Araújo para apresentar “Bora”, o segundo álbum.
Nomes que se juntam aos já anunciados Goran Bregovic Wedding and Funeral Band(Sérvia) que trazem “Three Letters From Sarajevo”, uma homenagem à sua terra natal que, antes da guerra, era um ponto de encontro de cristãos, muçulmanos e judeus; o super-grupo Hudson com Jack DeJohnette, John Scofield, John Medeski e Scott Colley (EUA) criado, no ano passado, para celebrar os 75 anos do baterista e percussionista Jack DeJohnette e que resultou na edição de um disco; os multi-premiados GoGo Penguin(Inglaterra) que vão apresentar “A Humdrum Star”, editado pela Blue Note Records; Shai Maestro Trio (Israel), um dos mais poderosos e harmoniosos trios do jazz de hoje; Noura Mint Seymali (Mauritânia) em representação do rock do deserto traz a sua ardîn, uma harpa de nove cordas reservada às mulheres;
Do Brasil vêm representantes de três gerações do melhor que se faz no país-irmão: Dona Onete, conhecida como a grande dama da música amazónica, vem apresentar “Banzeiro”; Moacyr Luz, ícone do samba carioca, actua em Portugal com o violinista e produtor Carlinhos 7 Cordas com quem vai revisitar a longa carreira que tanto contribuiu para a música brasileira, em nome próprio e como compositor para outros artistas; Otto, expoente do movimento Manguebeat, comemora 20 anos a solo depois de ter integrado a Nação Zumbi e traz a Portugal o mais recente “Ottomatopeia”; Baiana System, um dos principais nomes da música urbana produzida na Bahia que apresentam ao vivo o último “Duas Cidades”; e Almério, destaque da nova geração de músicos brasileiros que traz o seu segundo álbum, “Desempena”.
E em nome de Portugal actuam Rui Veloso, que vai rever 38 anos de carreira da qual fazem parte músicas que marcaram as várias gerações; os Dead Combo e o mais recente “Odeon Hotel”; Marta Pereira da Costa, a única guitarrista profissional de fado em todo o mundo; e Bruno Pernadas inspirado pelo jazz de Chet Baker e o rock experimental dos Morphine.
SOBRE O MIMO FESTIVAL
O MIMO Festival nasceu no Brasil em 2004, idealizado por Lu Araújo, e teve a primeira edição internacional em 2016 na cidade de Amarante. A capacidade de atracção e de mobilização de públicos ficou patente na edição de estreia, com mais de 24 mil pessoas a invadirem as ruas, as igrejas, os museus… e os vários espaços onde o festival acontece. Na segunda edição, em 2017, o MIMO contou com cerca 60 mil espectadores. O sucesso do seu posicionamento e enquadramento valeu a distinção nos Iberian Festival Awards para Melhor Infraestrutura Nacional.
De 20 a 22 de Julho realiza-se em Amarante a terceira edição deste festival único pela sua abrangência e conceito, pelo respeito das diferentes culturas e dos seus bens histórico-culturais.
A comemorar 15 anos da sua estreia no Brasil, o MIMO Festival lança a campanha ‘Dois Ouvidos é Pouco’. “O MIMO é muito mais do que ouvir música, é uma experiência sensorial. O festival nasceu há 15 anos no Brasil e tem vindo a construir relações entre músicos, cidades, património, público e diversas manifestações culturais; redes e teias, tem unido, interagindo e trocando experiências vindas de toda a parte do mundo. É preciso mais do que ouvir, é preciso vivenciar. ‘Dois Ouvidos é Pouco’ para a experiência que o festival proporciona”, explica Lu Araújo, a fundadora do festival.