
A esta hora moradores que haviam sido provisoriamente desalojados do bairro de São Gonçalo juntam-se em protesto junto aos novos apartamentos construídos na 2ª fase das obras de reabilitação do referido complexo habitacional. Reclamam o direito a serem realojados no novo edifício, conforme ficou expresso no contrato de subarrendamento urbano que assinaram com o Instituto de Habitação da Madeira (IHM), na altura em que foram retirados para habitação com prazo certo para realojamento provisório enquanto decorreram as obras.
Agora que os 30 fogos da 2ª fase estão concluídos e prontos a habitar, as duas dezenas de famílias ‘deslocadas’ terão sido informadas que afinal a prioridade os novos apartamentos seriam para realojar outras famílias, nomeadamente vítimas dos incêndios de 2016, enquanto aqueles que já ali residiam teriam de esperar pela construção de uma 3ª fase, mais afastada do bairro, para então sim serem realojadas.
Representante
“Agora eles quererem dar isto a outras pessoas e obrigar-nos a ter de esperar por uma 3ª fase que não sei daqui a quantos anos vai ser feita. Nós não aceitamos isso, porque nós sempre vivemos aqui neste lado. Não temos agora que ficar prejudicados e aguardar por uma 3ª fase quando sempre vivemos aqui enquanto os outros, para eles é igual viver aqui ou ali”, contestou esta tarde (15h30) Jéssica Teixeira, representante da Comissão de Moradores do Bairro.
“Queremos voltar para o nosso canto. Não queremos ir morar para outro lado. Sujeitamo-nos a sair provisoriamente para outra parte, conforme assinado no contrato, apenas enquanto a obra era feita. Ficou expresso no contrato que íamos e voltamos. Se fosse para ir não voltar ninguém tinha saído”, garante.
“Revoltada” com a presidente do IHM, Jéssica recusa aceitar a proposta de realojamento dos moradores locais apenas numa 3ª fase. Lembra que estão em causa cerca de duas dezenas de famílias “com o contrato onde a IHM se compromete realojar nesta 2ª fase”, reafirmou já esta tarde ao DIÁRIO. A manifestação convocada para as 16 horas teve por objectivo “mostrar o nosso descontentamento tanto com o Governo como com o IHM, que se comprometeram com uma coisa e agora não querem cumprir”.
Avisa que o protesto poderá não se ficar pela concentração desta tarde.
“Alguma coisa vai ficar resolvida e tem de ficar. Não desisto. Vou até ao fim. Só desisto quando tiver a garantia que a minha mão vai ser realojada aqui, que é o direito dela e das outras pessoas. Enquanto não me derem essa garantia, vou para a frente, dê onde der”, garante.
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