Mulheres, no seu quotidiano e de geografias distantes, em exposição na Biblioteca
Fotografia
No próximo dia 19 de maio, a Biblioteca Municipal de Aljustrel inaugura, às 16h30, a exposição de fotografias “Mulher, Amor e Aço” de António Lains Galamba.
Nascido em Coimbra, em 1981, António Lains Galamba é formado em antropologia, e tem desenvolvido trabalhos principalmente dedicados à memória oral dos resistentes e presos políticos antifascistas. As atividades de campo de antropologia possibilitaram-lhe desenvolver o gosto pela fotografia que herdou, junto com a velha Nikomat 1.2, do seu pai e, dessa forma, intervir socialmente – com a denúncia das desigualdades e injustiças sociais por um lado e, por outro, a transmissão de esperança.
Sobre Aljustrel tem publicado «Mineiros de Aljustrel, Nas barrenas da memória – trabalho e resistência sob o fascismo», uma investigação que, através da recolha de histórias de vida, retrata as lutas travadas pelos mineiros em pleno fascismo. A obra conta com ilustrações do reconhecido artista plástico Roberto Chichorro, que também ilustrou o seu conto infantil «Sebastião Toupeira», alegoria que remete para a mesma época de resistência.
Em 2009, na revista «Vipasca», publicou «O espaço do Cante», artigo onde aborda a relação da etnomusicologia com os espaços propícios à manutenção da consciência de classe e de resistência.
Recentemente foi responsável pela recolha e textos de dois CD de cante alentejano dos grupos corais «Flores da Primavera» e «As Margens do Roxo», ambos de Ervidel, freguesia do concelho de Aljustrel. Também nesta freguesia, coordenou a «Monografia de Ervidel», obra onde tem dois artigos seus, um sobre as transformações agrícolas durante o século XX e outro sobre a Reforma Agrária.
Nesta exposição, António Lains Galamba apresenta um conjunto de 16 fotografias, preto e branco, que nos trazem mulheres, no seu quotidiano, de geografias tão distantes como Indonésia, Timor e Portugal. Nelas podemos encontrar o reflexo do olhar do fotógrafo/antropólogo, os vincos do tempo, das esperanças, do sofrimento e do sonho. Enfim, do que, lembrando Nietzsche, nos torna humanos – demasiado humanos. Mulher amor – porque mãe. Mulher Aço – porque sempre foi feminina a vanguarda da luta!
A exposição vai estar patente ao público, na sala polivalente da Biblioteca Municipal, até ao dia 2 de junho.