“O meu marido Nadir Afonso, teve um percurso de vida peculiar”, contou Leonor Afonso, referindo-se ao falecido marido, para uma assistência repleta, onde marcaram presença o Vice-Presidente da Câmara e impulsionador da exposição, Luís Filipe de Araújo, o filho mais velho do casal, Artur Afonso, e o curador da exposição a inaugurar, o jornalista e artista plástico Agostinho Santos. “Nadir queria ser pintor, quando saiu de Chaves para vir estudar para o Porto. Quando chegou, formou-se arquiteto por engano e rumou a Paris, disposto a viver o seu sonho onde, curiosamente, acabou por conviver e trabalhar com os maiores arquitetos do século XX”.
Para Nadir, “pintor, arquiteto, homem simples – mas do mundo, pai paciente – porém inconvencional, que chegava a ‘obrigar-se’ a parar de pintar (o que o absorvia por completo), para observar o mundo”, como o filho e a viúva o descrevem, a arte e a matemática andaram sempre “de mãos dadas”. Segundo Leonor Afonso, podia demorar um dia a fazer uma pintura, “desde que as peças encaixassem como num puzzle”. Porém, o remate final podia demorar dias ou semanas, até Nadir encontrar o equilíbrio perfeito entre elas. Baseada em dois estudos distintos, que marcam duas épocas da vida do Pintor, a exposição baseia-se na “cidade humana”, onde a técnica da morfometria se encontra sempre presente.