O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou hoje, em São Miguel, que o abate de bovinos nos Açores é uma decisão individual de cada produtor.
No que diz respeito à criação de subsídios públicos para o abate, João Ponte salientou que, “para o Governo Regional, não faz sentido pagar para reduzir os efetivos bovinos nas explorações leiteiras”, alegando que não cabe ao Executivo subsidiar o abate de bovinos, salvo em questões sanitárias.
O governante, que falava à margem de uma reunião com o Presidente da Federação Agrícola dos Açores, referiu que este tipo de decisão compete, como sempre competiu, a cada agricultor, retirando o mesmo o rendimento originado pela carcaça e dependendo da gestão que faz e do contrato de produção de leite com a respetiva indústria.
Além disso, João Ponte revelou que, anualmente, todas as explorações abatem entre 18 a 22% do total de vacas leiteiras para renovação normal do seu efetivo.
Apesar da posição do Governo, João Ponte destacou que tal não impede que estejam a ser trabalhadas, em conjunto com a Federação Agrícola dos Açores, medidas no âmbito das propostas de alteração que serão apresentadas para o POSEI 2020, que permitem reduzir o número de vacas leiteiras, mantendo-se, contudo, o mesmo nível de apoio comunitário.
“O que está em cima da mesa neste momento é a possibilidade de se reduzir até 20% do efetivo, mantendo-se os mesmos montantes da ajuda à vaca leiteira e prémio aos produtores de leite”, afirmou João Ponte, acrescentando que a proposta já foi apresentada à Unidade de Gestão do POSEI, da Comissão Europeia, que manifestou total abertura à concretização desta proposta, que produzirá efeito a 1 de janeiro de 2020.