O Município de Aljustrel lamenta a morte do aljustrelense Carlos Almada Contreiras, Capitão de Abril, responsável pela escolha daquela que haveria de ser a senha da Revolução, “Grândola Vila Morena”, e que nasceu neste nosso concelho, mais propriamente no Monte do Gavião, em 1941.
Este homem que foi um construtor da democracia, assumindo papel de destaque no 25 de Abril de 1974, era filho de Álvaro José Contreiras e de Emília Palma Almada Contreiras. Fez grande parte do seu percurso de vida na Marinha de Guerra Portuguesa, tendo saído de Aljustrel para estudar, em Setúbal.
Foi precisamente a sua ida para esta cidade que o fez ganhar uma proximidade ao mar, despertando-lhe o interesse em ingressar na Marinha e depois porque era o penúltimo de nove irmãos e ir para as Forças Armadas ajudava, e muito, ao orçamento familiar.
Participou ativamente no 25 de Abril de 1974 e na redação do Programa do MFA, tendo sido considerado o mais importante membro deste movimento dentro da Marinha. Foi conselheiro de Estado, diretor do Serviço de Coordenação de Informações e conselheiro da Revolução, cargo que deixou aquando dos acontecimentos do 25 de novembro de 1975, tendo sido preso.
Foi capitão-de-mar-e-guerra, atualmente em situação de reforma. Esteve em Moçambique entre 1988 e 1997, com trabalho na Secretaria de Estado das Pescas e na FAO, desempenhou ainda outras funções. Foi agraciado, entre outras distinções, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e dirigia a coleção “Memórias de Guerra e Revolução”, contribuindo para a edição de obras que procuram estudar e clarificar a memória histórica da Revolução de Abril de 1974.
Foi com enorme tristeza, precisamente no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, que o Município de Aljustrel recebeu a notícia da sua morte, aos 83 anos de idade, e endereça à família enlutada as suas mais sentidas condolências.