A cidade de Elvas, neste dia de feriado municipal, 14 de janeiro, voltou a homenagear os militares que deram a sua vida na Batalha das Linhas de Elvas em 1659, em plena Guerra da Restauração, para impedir a conquista da Chave do reino.
Assim sendo, realizaram-se as habituais cerimónias de comemoração dos 361 anos desta data histórica, com o ponto alto a ser as cerimónias militares e militarizadas na Praça da República e Rua da Cadeia, com a presença de centenas de pessoas.
Este ano as cerimónias foram presididas pelo diretor da Direção de História e Cultura Militar, o Major-General Aníbal Flambó, tendo contado com a presença da secretária de Estado da Educação, Susana Amador, para além de outras individualidades, civis e militares.
No âmbito destas comemorações, como já vem sendo tradição, decorreu o hastear das bandeiras, com a presença da Banda 14 de Janeiro, seguindo-se a cerimónia de homenagem aos Mortos, com a deposição de flores no Padrão da Batalha das Linhas de Elvas e a deposição de flores no túmulo do General André de Albuquerque Riba-Fria, no Convento de São Francisco.
Já na Praça da República, para além de uma alocução sobre a Batalha das Linhas de Elvas, interveio o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, que proferiu as seguintes palavras:
“Elvas, no seu Feriado Municipal, comemora o feito histórico levado a cabo pelos Heróis de 1659, autores de uma das páginas mais brilhantes da História de Portugal, na conservação da Independência Nacional, no decorrer da Guerra da Restauração.
Pelo menos uma vez por ano, os Elvenses do século XXI curvam-se, com respeito e admiração, por todos os que lutaram pelo nosso País, destacando-se os que deram as suas vidas para atingir o objetivo.
Trata-se de uma grande lição, que temos obrigação de adaptar aos nossos dias, passados 361 anos: a necessidade de construir metas comuns e a capacidade de mobilizar as pessoas para, em conjunto e harmonia, sermos capazes de cruzar com êxito a linha de chegada.
Entre outras, esta é uma das tarefas diárias da Câmara Municipal e, na minha qualidade de Presidente, procuro coordenar a equipa de colaboradores do Município para conseguir produzir um trabalho que vá ao
encontro das necessidades de quem vive neste Concelho, ou com ele se articula, por razões afetivas, económicas ou turísticas.
Numa frase: ir ao encontro das principais necessidades de quem vive aqui, de quem connosco se relaciona, ou de quem nos visita.
Todavia, os Elvenses não podem ficar comodamente sentados na esperança que a Câmara Municipal tenha meios humanos e financeiros, para ser capaz de resolver todos os problemas de cada um.
Pelo contrário!
Todos têm de ser capazes de fazer a sua parte, todos os dias, para tornar o nosso Concelho melhor, mais atraente e mais competitivo, onde o bem-estar e a qualidade de vida façam parte, cada vez mais, da realidade de quem desfruta deste território.
Cada um de nós tem o direito de viver numa cidade, vila ou aldeia onde a limpeza dos espaços públicos sejam um lema, mas não podemos exigir que a Câmara Municipal ou uma Junta de Freguesia fiquem obrigadas a resolver o problema sozinhas.
Cabe a cada residente ou visitante colaborar com a limpeza, evitando deixar um saco de lixo na primeira esquina, abandonar uma caixa de cartão na rua, atirar para o chão um papel ou saco de plástico, quando pode
recorrer a uma papeleira ou um contentor.
Todos queremos que o Concelho de Elvas seja um destino turístico de qualidade, escolhido por muitos milhares de pessoas.
Acreditar que tal finalidade vai ser atingida apenas com campanhas de promoção pagas por dinheiros públicos, nos diversos meios de comunicação, é estar fora da realidade.
O bom nome de Elvas e o passa palavra positivo por parte dos nossos visitantes dependem de muitas pessoas: de quem recebe bem os que nos visitam, de quem ajuda numa informação de trajeto, de quem facilita o
estacionamento, de quem presta uma indicação a quem não conhece a terra, de quem serve ou cozinha num restaurante, de quem trabalha na hotelaria, ou de quem divulga um monumento.
Todos os Elvenses estão convocados para esta tarefa; Elvenses que gostam de receber bem, que têm orgulho na sua cidade e no seu concelho, que ficam satisfeitos cada vez que se diz bem de Elvas.
Nesta data histórica, peço aos Elvenses que se juntem, se unam e deem as mãos numa tarefa de todos: fazer com que Elvas seja o nosso orgulho e, por outro lado, conseguir que sejam cada menos aqueles maldizentes
das críticas destrutivas que veem quase tudo errado à sua volta.
Um futuro melhor para o Concelho de Elvas só pode ser atingido tendo, ao nosso lado, aqueles que são capazes de pensar positivo e de ajudar a decidir bem!
Senhor General, senhora Secretária de Estado, Elvenses:
Neste Ano Novo de 2020, que dá os seus primeiros passos, temos projetos de grande importância, a concretizar nos próximos meses:
– continuar a construção da nova Escola Básica 2,3 nº 1 de Elvas, o chamado Ciclo de Santa Luzia, que, para além de fundos comunitários, conta com o apoio do Governo, que aqui agradeço na pessoa da senhora Secretária
de Estado da Educação;
– concluir a obra do novo Museu de Arqueologia e Etnografia, na antiga Manutenção Militar;
– iniciar a recuperação do Aqueduto da Amoreira;
– começar o processo da nova Residências de Estudantes da Escola Superior Agrária de Elvas;
– alargar o Centro de Dia da Boa-Fé, com a construção de um lar no primeiro andar;
– requalificar os 30 Fogos, no Bairro da Boa-Fé;
– fazer a requalificação da Zona Industrial das Fontainhas;
– dizer Sim! aos escuteiros e construir a sua nova sede;
– e começar com as obras de recuperação de dois edifícios importantes no centro histórico, o Cineteatro Municipal e a sede da Banda 14 de Janeiro.
Queremos continuar a revitalizar o centro histórico, e são ilustrativas deste propósito as requalificações do largo da Casa das Barcas, do Largo de São Domingos e do Largo dos Terceiros, para lá de trazer para o centro da cidade serviços como a Autoridade Tributária e os Serviços de Reinserção Social.
Elvas tem de atrair novos residentes!
Por isso, damos tanta relevância à criação de dois organismos, na antiga Estação de Melhoramento de Plantas: o Colab, para desenvolver soluções inovadoras de base biológica para controlo de pestes e praga em culturas agrícolas e aumentar a resistência a contrariedades ambientais, e o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal.
Nestes dois casos, podemos estar a falar da chegada a Elvas de dezenas de pessoas, cientistas, altos quadros, eventualmente acompanhados pelas suas famílias, que podem dinamizar mais o nosso concelho.
A construção da nova ferrovia, entre a fronteira do Caia e Évora, faz parte do maior investimento feito pelo nosso País nos caminhos-de-ferro, nos últimos 100 anos, que vai representar desenvolvimento para o nosso concelho, com as ligações aos portos atlânticos de Sines, Setúbal e Lisboa.
Também a Saúde tem tido boas notícias, como a nova Clínica de Alta Resolução, no nosso hospital, bem como o arranque das obras para instalar um Centro de Hemodiálise na Cruz Vermelha de Elvas, feito a pensar que, todos os dias, há pessoas a precisar deste tratamento.
Nos últimos anos, a Câmara Municipal de Elvas tem vindo a desenvolver a sua atividade com base nas premissas de desmaterialização e simplificação procedimental, assentes, de uma forma global, naquilo que se designa como Modernização Administrativa.
O que queremos é consumir cada vez menos papel e tornar os procedimentos internos mais rápidos e eficazes.
Inovar, desmaterializar e simplificar. Estas questões assumiram-se como o catalisador de um processo de inovação que dotou a Câmara Municipal de Elvas de um serviço público de mérito reconhecido e, em breve, com uma certificação de qualidade.
Esta inovação baseou-se na reengenharia de processos, em constante evolução, na reorganização de serviços, facto espelhado pela implementação do Balcão Único de Atendimento, um serviço municipal moderno e eficiente, e na adoção de tecnologia capaz de poder colocar em prática a premissa relacionada com a modernização administrativa.
A necessidade de inovar o serviço público, não se afirma como uma tarefa pontual, é algo que se encontra hoje bem presente no Município de Elvas e que se constitui como um processo contínuo de melhoria.
A desmaterialização e a simplificação dos processos têm vindo a resultar num impacto positivo na qualidade dos serviços municipais e, consequentemente, na vida dos cidadãos e das empresas, que, muito em breve, poderão usufruir dos serviços municipais a partir de qualquer lugar, de forma cómoda, rápida e simples, disponível 24 horas por dia, sendo apenas necessário acesso à Internet.
Este serviço será o culminar desta primeira fase de inovação, para dotar a Câmara Municipal de Elvas de um serviço público de excelência, capaz de dar resposta às necessidades cada vez mais exigentes dos cidadãos e das empresas, de uma forma célere e eficaz.
Senhora Secretária de Estado, senhor General, Elvenses:
Outra preocupação da Câmara Municipal é a de contribuir para um mundo mais verde, onde a descarbonização é o nosso contributo para combater as causas das alterações climáticas, já patentes na nossa região e pelo mundo fora.
No Concelho, a transição energética já começou!
Toda a travessia de Elvas, do nó de Varche às Piscinas Municipais, pelas avenidas de Badajoz e do Dia de Portugal, até ao nó das Sochinhas, está equipada com candeeiros de lâmpadas LED, com um total de cerca de 10 quilómetros de extensão.
Em Vila Boim e na Terrugem, toda a iluminação pública destas duas localidades também foi mudada para esta nova tecnologia.
No final do ano passado, no edifício-sede da Câmara Municipal de Elvas, substituímos portas e janelas exteriores, registando o prédio menores perdas térmicas, do aquecimento no Inverno e do ar condicionado no Verão, com ganhos energéticos já evidentes, com mais conforto para trabalhadores e público, e menor gasto de eletricidade.
Neste âmbito, a nova frota municipal passou a ter viaturas elétricas e outras de combustão de menor consumo, em comparação com as anteriores.
O nosso concelho entrou numa nova fase, a que corresponde um novo paradigma.
Já houve tempos em que tinha de ser a Câmara de Elvas a desenvolver esforços e contactos, para mostrar as nossas potencialidades e caraterísticas, conforme o setor de atividade de cada investidor.
Hoje em dia, é a Câmara Municipal a ser procurada por empresários que se interessam pela nossa localização, pelo património monumental, pelos desafios turísticos, ou pela realidade agropecuária.
Para mim, muito claramente, esta situação mudou porque Elvas é um concelho agradável, acolhedor, bem cuidado, com profundas raízes históricas e com um futuro empolgante.
Temos de aumentar o orgulho de ser elvense.
Temos de elevar o nosso Concelho.
Trazer Elvas no nosso coração não pode ser só no dia 14 de janeiro.
Tem de ser todos os dias, durante todo o ano, em toda a nossa vida.
Viva Elvas!
Vivam os Elvenses!
Viva Portugal!”
No final do desfile as forças em parada, decorreu uma visita às obras em curso para a construção da nova Escola de Santa Luzia.
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