O presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, realizou na manhã desta sexta-feira, 28 de abril, uma conferência de Imprensa, onde abordou as questões levantadas pelo movimento independente “Elvas é o Nosso Partido”.
Nuno Mocinha começou por dizer que é “preciso repor a verdade. Alguém, por ser candidato, não pode dizer o que lhe vem à cabeça, dizer coisas que não são verdade e provocar o pânico ou tenta fazê-lo”, referindo que o líder do movimento “tenta, a todo o custo, ir tapando aquilo que é o trabalho que a Câmara tem vindo a desenvolver e faz acusações gravíssimas. Não é honesto na análise das contas e devo referir, inclusive, que uma das pessoas que o acompanhava é membro da Assembleia Municipal e ontem votou favoravelmente as contas, que foram aprovadas por unanimidade”.
Assim sendo, o autarca elvense sublinha que o Município tem conseguido o que não foi feito nos últimos 20 anos: “instalar novas empresas. Está a ver que se estão a criar novos postos de trabalho e que, nesta cidade, se está a fazer aquilo que nunca se conseguiu fazer em 20 anos e depois vem com o papão das contas e das dívidas”.
Sobre a situação financeira da Autarquia, Nuno Mocinha recorda “mais uma vez, que esta Câmara, quando assumi a sua presidência, é verdade que tinha nos seus cofres perto de dez milhões de euros; mas também é verdade que havia compromissos assumidos de cerca de 14 milhões de euros. Por isso, o número quatro ficou-lhe na cabeça e, por isso, diz que a Câmara tem quatro milhões de dívida; foram os quatro milhões que deixou e, por isso, diz que para fazermos obras precisaremos de fundos comunitários”.
Para o presidente, “os resultados que tivemos foram resultados, substancialmente, melhores que aqueles que esta Câmara herdou”, sublinhando que tem vindo a “reduzir a herança que me foi deixada”.
O autarca refuta algumas acusações, nomeadamente a de “acusar a Câmara que comprou um carro para todos os vereadores; quem não se recorda de que havia um vereador que queria continuar a ser presidente e se passeava num Mercedes”; ou de “que passa a vida nas festas ou nos jantares e almoços; quem não se recorda do porco no espeto? Todos nos recordamos, todos temos memória e o senhor comendador é que pensa que os elvenses têm os olhos e ouvidos tapados e não veem o que vai acontecendo”.
Em termos de obras, Nuno Mocinha, sublinha que podia referir-se a muitas, “mas recordo só uma: o Forte da Graça, que custou seis milhões de euros; mas não interessa, parece que foi no mandato anterior, mas não foi. Estão a realizar-se inúmeras obras, mas nem só de obras vive uma Câmara e esta não é uma empresa de construção civil, mas uma instituição que está ao serviço das pessoas e a maior obra que esta tem feito é o apoio social que é necessário dar a todas as pessoas que dele necessitam”.
“Nós não andamos a criar emprego precário, nós não andamos a utilizar as pessoas do Centro de Emprego; criámos as condições para que as pessoas tivessem o seu emprego estável. Porque, para além dos empregos que se estão a criar através das empresas que vão abrindo, e muitas delas vão abrindo pelo incentivo que a própria Câmara lhes dá, a Autarquia o que fez foi lançar cerca de cem novos concursos para que as pessoas tivessem o seu trabalho efetivo na Câmara, sem estar pendentes de qualquer Centro de Emprego. E isto custa e, por isso, tenta-se vir para a praça pública a dizer que a Câmara está numa situação financeira ruinosa, que só tem 70 mil euros no banco. Recordo que esse foi o saldo que transitou de dezembro para janeiro e já estamos em abril, ou seja também não é honesto na análise que faz e não se pode dizer que a Câmara tem uma dívida de três ou quatro milhões de euros e não dizer aquilo que se deve à Câmara porque isso são créditos; e só os fundos comunitários, de candidaturas aprovadas, têm de entregar à Câmara mais de um milhão e meio de euros”, elucidou.
Para além disso, frisou ainda que “pagamos os medicamentos aos idosos todos os meses, pagamos aos OMTS’s e OMTJ’s todos os meses a tempo e horas, existe algum salário em atraso na Câmara? Alguma fatura em atraso? O que não temos é o tempo das vacas gordas, a possibilidade de andarmos a fazer obras, que ficaram todas muito bonitas, mas que agora alguém tem de pagar a manutenção. As Câmaras de hoje não são as de antigamente, têm um conjunto de responsabilidades acrescidas, que não existiam antigamente. Mais custos e menos receitas”, acrescentou Nuno Mocinha.
Outra questão abordada foi o aumento “dos lixos e dos esgotos. Sabe o senhor comendador perfeitamente, que existe uma legislação que é obrigatória cumprir, nenhum político tem vontade de aumentar o que quer que seja, mas a Câmara Municipal tem leis para cumprir, não é a casa dos eleitos, é uma instituição pública e preza-se por cumprir a lei”, explicou.
No final, desafiou ainda o candidato a ter coragem, “quando dizemos que vamos investir em determinadas coisas ou deveríamos ter investido, tem de se dizer onde se arranja o dinheiro para isso”, concluiu Nuno Mocinha.