Paulo Camacho, o antigo recordista nacional nos 100 metros mariposa e atleta olímpico em 1988 (em Seul) poderia ter ido mais longe na alta competição se tivesse tido o devido acompanhamento. Convicção do professor André Escórcio, que foi treinador do olímpico madeirense. Ambos estiveram frente a frente na conferência ‘Madeira 7 Talks’.
“O Paulo [Camacho] era o nosso Fórmula 1.”, lembrou André Escórcio. O professor treinador lamentou que não tivesse tido o devido enquadramento. “Precisava de equipa multidisciplinar” para “poder ir mais longe do que foi”.
Lembrou que “para chegar ao nível que atingiu, abdicou de muitas coisas” numa modalidade onde os grandes feitos exigem “dor, sofrimento e agonia”.
Na opinião do antigo treinador, nos próximos 50 anos “não haverá mais nenhum olímpico da Região na natação”.
Paulo Camacho, confirmou a grande dedicação à modalidade. “Não temos tempo para mais nada. Não há tempo para prazeres”, lembrou.
Na opinião do ex-olímpico a sede de vencer está na origem do doping que hoje ‘inunda’ a alta competição. Arriscou dizer que actualmente “90% da competição mundial” compete nos limites de atingir o doping porque a ambição por vezes é desmedida e “querem ganhar a todo o custo”.