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O Porto pode apresentar esta candidatura à EMA por ser uma cidade segura e com qualidade de vida

A candidatura de Portugal à relocalização da sede da Agência Europeia do Medicamento, ontem formalizada, vem manifestar a eficiência técnica do Porto, que em tempo recorde respondeu ao caderno de encargos requerido neste processo, mas sobretudo a capacidade efetiva da cidade em acolher uma entidade europeia desta dimensão.

Tal seria impossível há 10 anos e “tudo isto tem a ver com o envolvimento dos cidadãos”, salientou esta tarde o presidente da Câmara em conferência de imprensa marcada precisamente com este intuito: “dar conta aos cidadãos do Porto” do trabalho feito no âmbito desta candidatura.

Os dados podem ser consultados no website da Comissão Europeia, onde estão acessíveis as candidaturas formais de 19 cidades/países. Na do Porto/Portugal, responde-se aos vários requisitos.

Além de se dar à Agência três edifícios à escolha, todos de grande centralidade, revela-se a oferta de escolas estrangeiras ou a fácil mobilidade, entre outros itens que, juntos, fazem qualidade de vida. Há ainda a capacidade hoteleira, critério importante dado ser esta “a agência europeia que mais visitas” suscita (na ordem das 30 mil/ano).

Da reunião de critérios nasceu o conceito Porto City Center -que, afinal, já existia. Graças à dinâmica de captação de investimento dos últimos anos, “foi possível avançar em tão curto espaço de tempo com uma candidatura muito forte”, reafirmou Rui Moreira, frisando que “vale a pena ter uma agência de investimento [a InvestPorto], ter os ativos devidamente organizados, as gavetas arrumadas”.

No encontro com os jornalistas, o vereador Ricardo Valente, elemento da Comissão Nacional da Candidatura de Portugal à EMA, mostrou os contornos de um processo “extremamente desafiante” e que expõe a capacidade do Porto para receber a EMA e as suas cerca de duas mil pessoas.

“Andámos a trabalhar em silêncio” no último mês; hoje era necessário “realizar uma prestação de contas à cidade; dar nota aos cidadãos do que tecnicamente representa esta candidatura, do impacto que pode ter” no Porto, explicou Rui Moreira.

 

Três edifícios àescolha

Se vier para o Porto, a EMA pode escolher ficar no Palácio Atlântico (Praça D. João I), no Palácio dos Correios (Avenida dos Aliados) ou num novo edifício a construir em terreno disponível na Avenida de Camilo: são estas as três opções deixadas à escolha na candidatura portuguesa.

Nos três casos, “há total viabilidade para o início imediato das obras de adaptação dos edifícios existentes e de construção nova de áreas necessárias à Agência”, garantindo-se a conclusão do processo até março de 2019, data em que a EMA abandona o Reino Unido, onde se encontra.

No encontro com os jornalistas, os dois responsáveis autárquicos ressalvaram que este processo de relocalização é “100 por cento privado”, com o encargo da Câmara “a ser zero”. As propriedades elencadas pertencem a privados, que se mostraram interessados em ceder as instalações à Agência.

A existência de escolas internacionais era outra “questão essencial no caderno de encargos”. Escola Inglesa (OBS), CLIP, Liceu Francês ou Colégio Alemão foram contactados pela autarquia. “Perguntámos se teriam capacidade para receber” novos estudantes e “responderam que sim”, salientou Rui Moreira.

Ricardo Valente salientou, por seu turno, que se estima que 20 por cento dos profissionais da EMA deverão optar para deixar a Agência, que terá de sair do Reino Unido devido ao Brexit. Se assim for, o Porto “está em condições” de garantir a rotação de pessoas, com profissionais qualificados.

 

Trabalho de diplomacia

No dia 30 de setembro, a Comissão Europeia anunciará quais as candidaturas que reúnem aos critérios predefinidos. Ainda assim, nenhuma candidatura é desclassificada, podendo colmatar a falha indicada.

Só no dia 15 de novembro se conhecerá a decisão sobre a cidade/país para onde irá mudar-se a EMA.

Rui Moreira voltou a sublinhar que agora tem de ser feito um aturado trabalho de diplomacia, mostrando esperança no desempenho do Governo e braço diplomático do país.

Para já, fica uma certeza: “O Porto tem conseguido mostrar que faz já parte de um grupo muito restrito de cidades com capacidade para responder aos requisitos de uma Agência Europeia”.

Há uma década, ao nível nacional só Lisboa teria alguma oportunidade; hoje há o Porto e com ele “a Área Metropolitana e a Região Norte, cidades como Guimarães ou Braga”, uma geografia alargada que beneficiaria com a vinda da EMA. Mas “agora há que esperar”.

 

Cidades candidatas à EMA: além do Porto, Amesterdão, Atenas, Barcelona, Bona, Bratislava, Bruxelas, Bucareste, Copenhaga, Dublin, Estocolmo, Helsínquia, Lille, Malta, Milão, Sofia, Varsóvia, Viena e Zagreb.

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