O FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos vai passar a ter em Paraty, no Brasil, “uma casa parceira com conteúdos que podem ser usufruídos ao longo de todo o ano”, anunciou o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques. A abertura daquele espaço insere-se numa parceria com a organização da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, cujo diretor, Mauro Munhoz, anunciou também a abertura em Óbidos de “um laboratório para pensar a literatura e o território” e para definir “estratégias conjuntas” que os dois festivais poderão desenvolver no futuro.
A colaboração entre a FLIP e o FOLIO arrancou já este ano com a festa brasileira a trazer ao evento de Óbidos alguns escritores que participaram em mesas de autor e no lançamento de livros. Numa mesa em que participaram os responsáveis pelos dois festivais, foram discutidas as diferenças e as semelhanças entre os dois territórios, cujo desenvolvimento está ligado a eventos literários.
No caso de Paraty, disse Mauro Munhoz, a realização da FLIP, nos últimos 17 anos, permitiu resolver “o problema da procura turística que só acontecia no Verão” e contribuir para a economia local “nas épocas mais baixas”. A festa literária, que movimenta, segundo o mesmo responsável “um orçamento na ordem de 1,2 milhões de euros e atrai cerca de 26 mil pessoas” a Paraty, permitiu “a reabilitação da praça matriz” e o desenvolvimento do território.
Em Óbidos, onde nos últimos quatro anos o FOLIO se a afirmou como a face mais visível de uma “estratégia” de desenvolvimento baseada na criatividade e na cultura, a autarquia aposta agora “na internacionalização”, alargando a parceria com Paraty.
Para além desta parceria, a Sociedade Óbidos Vila Literária, parceira na organização do FOLIO, está também a preparar uma colaboração com o SESI – Serviço Social da Indústria, cujo responsável, Rodrigo Faria Silva, disse estar a programar “editar livros de autores portugueses no Brasil e de autores brasileiros em Portugal”, numa colaboração que poderá estender-se a “residências de escritores nos dois países”.