Ao longo de um intenso dia de trabalhos, a conferência trouxe a debate as várias visões envolvidas na tomada de decisão para a construção do novo aeroporto de Lisboa, que após várias décadas de discussão e que teve várias possibilidades de localização.
Fernando Medina, integrando um painel de trabalhos dedicado às autarquias, fez uma apresentação em três pontos começando por referir a importância desta discussão e por salientar a urgência desta tomada de decisão.
O presidente da autarquia considerou um erro estratégico cometido nas várias épocas e em particular na última o sucessivo adiar da decisão do novo aeroporto com implicações a nível económico e social.
“Este adiamento tornou-se num bloqueio ao nosso crescimento económico e à promoção do emprego. Estamos numa situação em que a capacidade de oferta de qualidade é cada vez mais limitada. Não só para o turismo mas também para promoção da economia e do emprego” referiu.
Referindo-se aos serviços de estrangeiros e fronteiras e às longas filas de espera resultantes da atividade desta entidade Medina disse: “o tempo de espera pelas limitações de um serviço do estado para exercer as suas funções está a comprometer a nossa reputação como destino. Quanto mais tempo perdermos mais perdemos do nosso crescimento económico e de emprego”.
O segundo ponto da intervenção prendeu-se com o contexto da decisão da localização.
“Do ponto de vista da economia da cidade da Lisboa seria preferível que o aeroporto não se colocasse fora de uma distância competitiva. O contexto da decisão atual não é o mesmo de alguns anos, quer por via da privatização da ANA quer por via do estado das finanças portuguesas. As restrições do ponto de vista económico, não pode ser compensada às custas de um aumento significativo das taxas aeroportuárias”.
Fernando Medina rematou este ponto referindo que a solução do Montijo não sendo ideal é compatível com o serve os interesses da cidade de Lisboa.
No terceiro ponto, sendo a solução futura Portela mais Montijo possível, esta requer a adaptações do ponto de vista da mobilidade no que se refere às novas infraestruturas que possa encarar esta decisão lembrando que cerca de 30% do tráfego da segunda circular tem que ver diretamente com o aeroporto e a necessidade de desviar para a CRIL e para a CREL grande parte deste tráfego.
O investimento de novas acessibilidades para uma escolha no Montijo é outra das necessidades a ser acautelada. A expansão do metro do aeroporto até ao Campo Grande seria outro investimento que faria toda a diferença do sistema de mobilidade.
Nuno Ribeiro Canta, presidente da câmara municipal do Montijo, defendeu a implantação do novo aeroporto no Montijo como elemento promotor e competitividade que a nova infraestrutura na região.
Rui Garcia, Presidente do Conselho Diretivo da Associação de Municípios da Região de Setúbal defendeu a importância económica mas deixou uma mensagem pertinente sobre o impacto que a deslocação do novo aeroporto sobre as habitações e sobre as populações que habitam na região.
Seguiu-se o debate aberto à assistência.