Pela segunda vez, Aljustrel recebe artistas internacionais
Residências Artísticas
À semelhança do ano anterior, a Câmara Municipal de Aljustrel, em conjunto com a Atalaia Artes Performativas (AAP), volta a promover residências artísticas durante o mês de junho, no Centro d’Artes de Aljustrel.
“Educar e partilhar tendo em vista a construção de uma comunidade do sensível” é a força primordial do AAP, que desde maio e junho, acolhe oito projetos em residência de criação, em Ourique e Aljustrel. Selecionados através de um concurso internacional por um júri especializado, os artistas vão ocupar vários espaços destes concelhos e desenvolver as obras em estreita colaboração com as entidades locais e a comunidade. Os projetos em residência serão apresentados publicamente durante o festival que vai decorrer entre 29 de junho e 9 de julho, nestas duas vilas.
No que a Aljustrel diz respeito, as residências terão lugar de 8 a 29 de junho. Os StratoFyzika, oriundos dos EUA, Itália e República Checa, são os primeiros artistas a chegar, e propõem-se apresentar Phi, uma nova dança performance audiovisual inspirada pela mudança lenta, pelas estruturas repetitivas da música minimalista e pelo estímulo de alteração da perceção. Nesta peça, os corpos dos bailarinos orbitam uma instalação de luz, surgindo ora iluminados, ora escurecidos, na sombra, ao mesmo tempo que as composições eletrónicas e polirrítmicas invadem o espaço, construindo uma paisagem sonora através de múltiplos canais.
Por sua vez, Ruben Green and Sophie Mak-Schram, do Reino Unido, vão desenvolver o projeto The Maybe Museum, uma história performativa surreal que convida o público a uma viagem altamente experimental pela região local. Durante o período de quatro semanas de pesquisa, Mak-Schram e Green vão construir a “coleção” do museu. Entre as obras recolhidas poder-se-ão encontrar piadas e mexericos locais, memórias e contos de “especialistas” da região, material de arquivo e património cultural.
Myungduk Kim, da Coreia do Sul, estará em Aljustrel para levar a cabo a performance audovisual e instalação sonora Unfolding Time, que através de uma estrutura específica, visa simular mudanças e deformações sonoras, influenciadas pelo movimento físico, que resultam em projeções gráficas. Kim propõe, então, um sistema interativo que reúne a mesma matéria em estados distintos: sonoro e visual, que interagem e atuam em conjunto, culminando numa experiência sensorial inteira e intensa.
Por fim, os portugueses António Guimarães Ferreira e Rui Gueifão vão construir uma escultura e transportá-la, a pé e recorrendo a uma carroça, entre os municípios de Aljustrel e Ourique, qual caixeiro-viajante ou mensageiro exclusivo entre aldeias. Em cada paragem, a peça será exposta pelo menos uma vez por dia, convocando a comunidade local para todas as decisões relativas à montagem da mesma. O registo audiovisual e fotográfico é parte integrante deste projeto intitulado Enxerto, que se quer uma reflexão aberta, literalmente em curso, sobre a democratização da arte, o espaço público e a efemeridade.
Quem estiver interessado em participar nos projetos que vão necessitar da colaboração da comunidade, podem inscrever-se presencialmente no Centro d’Artes ou por email centro.artes@mun-aljustrel.pt.
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