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Presidente da República visitou a exposição dos 500 anos do Foral do Porto que abre ao público no domingo

O Presidente da República, acompanhado pelo presidente da Câmara, foi hoje à Casa do Infante visitar antecipadamente a exposição sobre os 500 anos do Foral do Porto, que abre ao público a partir deste domingo.
 
A pré-inauguração inseriu-se no programa oficial das celebrações do 10 de Junho, a que Marcelo Rebelo de Sousa veio presidir ao Porto durante os últimos dias.
 
Na Casa do Infante, onde funciona o Arquivo Histórico, o Presidente da República e o presidente da Câmara fizeram uma demorada visita que foi guiada pela chefe de Divisão do Arquivo Municipal, Helena Gil Braga, e pela curadora da exposição “O FORAL DO PORTO. 1517-2017. MARCA DE UM REI, IMAGEM DE UMA CIDADE”, a investigadora e docente da Universidade do Porto Paula Pinto Costa.
 
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de parar junto de cada um dos conjuntos expositivos, de modo a conseguir escutar as explicações detalhadas e apreender a sua beleza e significado, comentando o  elevado “valor artístico e histórico” das peças, algumas das quais foram deslocadas de outros museus municipais para integrarem esta exposição.
 
Nesse espírito, o Chefe de Estado não se limitou aos cumprimentos e parabenizou cada um dos técnicos responsáveis pelo restauro de alguns dos elementos expostos, bem como a equipa que concebeu a exposição e respetivo catálogo.
 
Já à saída da Casa do Infante, e feitas as despedidas e dezenas de selfies, o Presidente verificou que faltavam ainda alguns minutos para o compromisso seguinte (a visita à Associação “Somos nós”, dedicada à autonomia e integração de jovens deficientes) e decidiu que tinha tempo de baralhar a agenda e “aproveitar para visitar o Museu“.
 
Voltou assim para o interior do Monumento Nacional e aproveitou o facto de já não estar acompanhado pela comitiva nem por jornalistas para percorrer à vontade as diferentes alas, designadamente a parte museológica e o Centro Interpretativo do Infante D. Henrique.
 
E foi com visível agrado que se despediu novamente com rasgados elogios e confessada “inveja” da equipa técnica do Arquivo Histórico, que “vive neste ambiente rodeado de História e de Cultura”.
 
500 anos de Foral
 
É ali que, a partir das 9,30 horas deste domingo, o público tem acesso ao pedaço de História que mostra “O FORAL DO PORTO. 1517-2017. MARCA DE UM REI, IMAGEM DE UMA CIDADE”.
 
A iniciativa do Município assinala os 500 anos do Foral Manuelino do Porto e está organizada em dois núcleos: um central, no Arquivo Histórico Municipal/Casa do Infante, e outro nos Paços do Concelho, que será aberto ao público a partir do próximo dia 20.
 
O núcleo central da exposição desenvolve-se em torno de quatro eixos temáticos: 1. O Foral e o Porto: símbolo, marca e identidade; 2. O Foral e o Porto: rei, lei, poder(es); 3. O Porto do século XVI e o seu Termo: espaço, centralidade e funcionalidade; 4. O Foral Manuelino do Porto: arte, técnica, comunicação.
 
O contexto em que se insere o foral reflete-se na identidade da cidade e no seu património edificado. 
 
No caso do roteiro histórico pelo Porto do século XVI, proposto no núcleo expositivo dos Paços do Concelho, convida o visitante a fazer um itinerário pela cidade, descobrindo 16 pontos-chave assinalados numa estrutura evocativa de um repositório de memórias.
 
O Porto do século XXI assume e incorpora esta herança patrimonial e cultural, mantendo viva a sua dimensão simbólica.
 
No âmbito desta iniciativa, a Câmara do Porto publica também um catálogo que inclui a reprodução fac-similada do foral que D. Manuel I concedeu à cidade em 20 de junho de 1517, bem como quatro textos alusivos aos núcleos temáticos da exposição.
 
Esse fac-simile é uma iluminura que preenche a primeira página do foral, colorida, onde se destacam a Cruz de Cristo, as armas nacionais, a esfera armilar e as armas da cidade.
 
O Foral do Porto – elaborado após diligências iniciadas em 1511 por Fernão de Pina, atinentes à reforma geral de todos os forais determinada por D. Manuel I – tem encadernação inteira em pele, do século XVI, com ferros a seco e aplicações em metal, designadamente esferas armilares e armas nacionais.
 
Além do original do Foral Manuelino, o Município tem ainda na sua posse o Foral de D. Hugo, bispo do Porto entre 1113 e 1136, quando era uma cidade episcopal, e que integra também esta exposição.
 
Durante o seu reinado, D. Manuel I reformulou centenas de antigos forais, doando a cerca de 570 concelhos os chamados “forais novos”.
 
A partir do século XIX, altura em que a dimensão administrativa dos forais foi extinta, estes documentos converteram-se em elementos históricos e portadores de identidade cultural, circunstâncias que contribuíram para a sua apropriação simbólica e preservação ao longo de 500 anos.
 
Programa complementar
 
Em complemento, o programa de comemorações conta com um ciclo de conferências, que tem como objetivo contribuir para a contextualização das temáticas do século XVI português e portuense, e com um conjunto de atividades educativas e culturais, organizado pelos diversos serviços municipais, que irá ao encontro das expectativas e interesses dos diversos públicos que visitem a exposição.
 
No Arquivo Municipal / Casa do Infante, a visita do público realiza-se de terça-feira a domingo, das 9,30 às 12,30 horas e das 14 às 17 horas, até 31 de dezembro. Encerra aos feriados.
 
Nos Paços do Concelho, o horário de visita da exposição é de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 17 horas.
 
Refira-se que, além do fac-simile do Foral do Porto, o Arquivo Municipal disponibiliza, de forma gratuita e universal, o acesso a mais de 120 mil documentos online.
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