Nivalda Fernandes, a psicóloga indicada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Madeira para prestar apoio ao motorista do autocarro de turismo que se despistou no Caniço, acidente do qual resultaram 29 mortos, denunciou na conferência ‘Madeira 7 Talks’ ter sido confrontada com “alguns melindres” e mesmo “algumas ameaças” quando prestada apoio à vítima. Sem identificar o alvo, deu a entender que o acompanhamento feito ao motorista de 59 anos provocou reacções adversas no seio da “organização” de Saúde, ao ponto de ser intimidada: “Sais de fininho ou então vais ter consequências”.
Revelações feitas esta tarde na 2.ª edição do ‘Madeira 7 Talks’, evento que reúne 14 personalidades regionais e nacionais – Bispo do Funchal já marca presença – para sete conversas improváveis.
A psicóloga “a recibos verdes” lembrou que “aquele profissional que às vezes é colocado de parte pode fazer a diferença”.
Nivalda Fernandes participou no terceiro painel, juntamente com Bruno Monteiro, professor universitário, web designer e guitarrista-fundador da banda Jesus Or A Gun, que elogiou a resiliência da psicóloga, “uma pessoa sem merdas” que acredita naquilo que faz.