“Os (aparentes) paradoxos da arte pública” foi o nome da sessão realizada ontem, na Fundação Escultor José Rodrigues, para lançamento do laboratório de ideias que pretende suscitar a reflexão em torno desta vertente artística. A iniciativa surge associada ao concurso de arte pública VIArtes do ViaCatarina Shopping, cuja quarta edição está já a decorrer.
Promovida pela Sonae Sierra, cujo centro comercial no “coração” da cidade tem oferecido a sua fachada para palco de arte pública como marca de contemporaneidade e eventos que envolvem o próprio público, a sessão serviu para lançar várias questões à reflexão pública, contando com a participação do presidente da Câmara, Rui Moreira, e dos secretários de Estado da Cultura, Miguel Honrado, e da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.
Sob moderação de Laura Castro, diretora da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, a conversa assumiu como pressuposto unânime a importância da arte pública enquanto componente essencial da construção diária de uma cidade, sendo considerada veículo de revitalização urbana.
Miguel Honrado defendeu mesmo que a arte urbana “traz um acréscimo de valorização e respeito pelos espaços da cidade, gerando uma atmosfera de equilíbrio e harmonia”, até entre a população, que contribui para um “acréscimo identitário”.
A inauguração deste laboratório de ideias incluiu vários debates com a participação de artistas e técnicos ligados ao urbanismo, focando temas como a dimensão institucional da arte pública ou a sua dimensão criativa, financiamento, propriedade privada, ganhos induzidos por estas iniciativas no mundo da arte, criação de públicos, etc.
Entretanto, o VIArtes 2017 está a desafiar artistas plásticos e/ou digitais, designers, escultores e arquitetos, portugueses ou estrangeiros, a criarem uma nova obra de arte para a fachada do ViaCatarina Shopping.