Select Page

Regime de proteção e classificação das cavidades vulcânicas valoriza património natural

A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo afirmou hoje, na Horta, que a existência de um regime de proteção e classificação das cavidades vulcânicas dos Açores, em função da respetiva importância geológica, biológica e estética, concretiza, “uma vez mais”, a política do Governo, com base numa estratégia de “valorização do património natural e de conservação da natureza”.

 

Marta Guerreiro, que falava na Assembleia Legislativa, no debate sobre a proposta de regime de proteção e classificação das cavidades vulcânicas dos Açores, salientou que se pretende “dar sequência ao Inventário do Património Espeleológico dos Açores que identifica, delimita e carateriza todas as cavidades vulcânicas conhecidas, em função do respetivo grau de conhecimento e importância em termos geológicos, biológicos, estéticos e de integridade”, sendo classificadas em quatro categorias de acordo com o seu interesse de conservação, dimensão ou interferência humana.

 

“Para além da sua inventariação, estabelecem-se ainda os seus princípios de gestão, nomeadamente no que diz respeito às que estejam abertas à visitação regular, dotando-as, obrigatoriamente, de um plano de ação que estabelece as medidas e as ações adequadas à concretização dos regimes de salvaguarda dos recursos e valores naturais presentes e à implementação dos usos compatíveis com a fruição sustentável”, referiu a Secretária Regional.

 

“Definimos, inventariamos, orientamos, gerimos e monitorizamos”, reforçou a governante, frisando que, “mais do que conceitos, são ações concretas a que nos propomos com esta medida”.

 

A titular da pasta do Ambiente lembrou que o trabalho do Executivo nesta matéria começou em 1998, com o estudo sistemático do património natural associado às cavidades vulcânicas, através do qual se criou o GESPEA – Grupo de Trabalho para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores, do qual resultou a inventariação e caraterização das cavidades vulcânicas conhecidas, incluindo a respetiva cartografia e o desenvolvimento de uma base de dados relativa ao património espeleológico dos Açores,  pelo que esta iniciativa legislativa “visa dar sequência” a este trabalho.

 

“São conhecidas cerca de 270 cavidades subterrâneas naturais nos Açores, que incluem as grutas lávicas ou tubos lávicos, os algares vulcânicos, as fendas e as grutas de erosão marinha”, adiantou Marta Guerreiro, acrescentando que se constituem como “um habitat único, ostentando um valioso património geológico e biológico, onde se inclui uma concentração única de espécies endémicas e diversas estruturas geológicas relevantes”.

 

A Secretária Regional frisou que este é um património natural que integra “um grande potencial de educação e sensibilização ambiental e constitui um potencial recurso económico, ligado à visitação das cavidades vulcânicas, o qual já assume hoje um papel relevante na animação ambiental e turística em quatro ilhas dos Açores”, concretamente na Terceira (Algar do Carvão e Gruta do Natal), em São Miguel (Gruta do Carvão), no Pico (Gruta das Torres) e na Graciosa (Furna do Enxofre), tendo, em 2018, as cinco cavidades vulcânicas abertas ao público recebido mais de 140 mil visitantes.

Pontos de Interesse

Marta Guerreiro salienta que os dados “bastante positivos” do Turismo dos Açores em 2017 são a prova de que a “aposta na qualificação” se reflete em “resultados concretos”

A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo salientou que o crescimento verificado ao nível dos proveitos no setor turístico, na ordem dos 24%, superior ao verificado nas dormidas, com cerca de 21%, “dá bem nota da aposta na qualificação” empreendida na...