O presidente da Câmara do Porto encara “com a naturalidade possível” a proibição de lançamento de balões de São João, decidida este ano pelo Governo. Para Rui Moreira, “a antecipação da época dos incêndios é perfeitamente razoável”, atendendo não só à tragédia em Pedrógão Grande, mas sobretudo às condições atmosféricas. De resto, o São João mantém-se espetacular, com fogo de artifício “sem qualquer risco”.
Nestas circunstâncias, salientou, a Câmara fez o que lhe competia, ou seja, de imediato comunicou a portaria que antecipa este ano a época de incêndios e, consequentemente, a proibição dos balões.
O autarca falava esta manhã no Posto de Turismo dos Aliados, um dos locais onde os cidadãos que compraram balões disponibilizados pela Câmara poderão recuperar o valor investido. “As pessoas a quem estávamos a vender balões, como é hábito, nos postos de turismo da cidade podem trazê-los de volta e receber o seu dinheiro”.
Recorde-se que o lançamento de um balão de São João pode ter uma contraordenação punida por coima que varia entre os 140 euros e os cinco mil euros, no caso de pessoa singular, e os 800 euros e os 60 mil euros no caso de pessoa coletiva, indica a Portaria n.º 195/2017 ontem publicada.
Fogo de artifício sem qualquer risco
O tradicional fogo de artifício, que à meia noite começa sobre o Douro, “está perfeitamente aprovado por todas as autoridades competentes. Não causa qualquer risco de incêndio” – salientou ainda Rui Moreira a propósito do programa que se aproxima. Lembrou, aliás, que “os foguetes de cana, proibidos, não são usados” no aguardado espetáculo pirotécnico, designado este ano “Danças do Mundo”.
O fogo de artifício acontece entre concertos na Avenida dos Aliados: a partir das 23 horas atuam os Trabalhadores do Comércio e só pela uma da manhã começam os GNR. “Preferimos adiar um pouco o concerto dos GNR para que as pessoas que vão ver o fogo possam vir para a Avenida com a calma e tranquilidade necessárias”, esclareceu.
O São João que chama milhares já não precisa de divulgação
Questionado sobre quantas pessoas são esperadas neste São João na cidade, Rui Moreira revelou a impossibilidade de se avançar com números.”Vêm muitas”, isso é certo. De tal modo que a autarquia “já não sente sequer a necessidade de promover” o evento, “nem internacionalmente nem ao nível nacional”.
“Diminuímos fortemente o investimento na promoção do São João, já não temos ‘press trips’, não vale a pena”, acrescentou. Mas continua-se a receber bem: por exemplo, no Aeroporto, e através da Associação de Turismo do Porto, “cada turista que chega recebe a agenda das Festas de São João e o nosso martelo”.