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SINAGA vai suspender transformação de beterraba, mas mantém componente da comercialização, sem despedir ninguém, afirma João Ponte

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas anunciou hoje, em Ponta Delgada, que será suspensa a transformação da beterraba em açúcar na SINAGA, devido essencialmente aos elevados custos de produção, muito superiores ao preço da aquisição do açúcar nos mercados internacionais, mantendo a fábrica a componente da comercialização, de refinação, sem efetuar despedimentos.

 

“O Governo Regional deu instruções ao Conselho de Administração da SINAGA para suspender a transformação de beterraba em açúcar, ou seja, não há o encerramento da SINAGA”, afirmou João Ponte, que falava depois de ter reunido com os trabalhadores da açucareira e com os sindicatos.

 

João Ponte frisou que a fábrica vai manter a sua componente de comercialização de açúcar e, no que se refere à possibilidade de refinação, o Conselho de Administração avaliará, em devido tempo e em cada momento, face às cotações do açúcar nos mercados internacionais, se é rentável.

 

João Ponte estimou que nesta nova fase da empresa serão necessários 26 colaboradores, sendo que os restantes 48 funcionários vão transitar, por cedência de interesse público, para a administração pública regional.

 

“É uma cedência que, naturalmente, carece da autorização dos colaboradores. A identificação destes colaboradores será feita pelo Conselho de Administração da SINAGA caso a caso, funcionário a funcionário, em função das atuais funções dos trabalhadores e auscultando os sindicatos”, assegurou o Secretário Regional, acrescentando que os trabalhadores que forem cedidos por interesse público vão manter a remuneração de origem.

 

Para João Ponte, a atual situação financeira da SINAGA não permite realizar obras de modernização e adaptação face às exigências ambientais, de higiene e segurança no trabalho que atualmente são impostas, por forma a reduzir os elevados custos de produção.

 

“Hoje, produzir um quilo de açúcar na SINAGA pode custar cinco a seis vezes mais do que o preço de aquisição de açúcar nos mercados internacionais”, afirmou João Ponte, acrescentando que atualmente a produção anual de beterraba é de 100 toneladas, que são transformadas em 600 toneladas de açúcar, o que equivale a menos de 10% do consumo regional.

 

O governante adiantou ainda que agora o Conselho de Administração deve concentrar-se na operacionalização deste redimensionamento da empresa, na gestão, na renegociação do passivo junto da banca, fornecedores e Estado, bem como na rentabilização dos seus ativos, admitindo que, no futuro, o terreno onde está implantada a fábrica da SINAGA possa vir a ser rentabilizado.

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