Amor pelo Planeta, tecnologia, natureza, violência, música, performances e a homenagem de Rui Moreira a Paulo Cunha e Silva fazem o último dia do Fórum do Futuro, neste sábado, após uma semana de alertas e reflexões que pretendem abrir as portas a um novo futuro da Humanidade.
O programa, que prossegue hoje com sessões dedicadas à possibilidade de estar próximo o fim da espécie humana ou mesmo da Terra, leva-nos na tarde de sábado a repensar a relação que temos com o Planeta. “Da Terra como mãe à Terra como amante” é o mote para o duo australiano Pony Express explicar por palavras o sentido do conjunto de performances Club Ecosex que tem vindo a apresentar no âmbito do Fórum.
Com início às 17 horas na mala voadora, Ian Sinclair e Loren Kronemyer vão mostrar que nem tudo são más notícias, desde logo tendo presente que, nos últimos anos, a consciência ecológica se globalizou e evidenciou a importância de proteger a Terra, mãe de toda a natureza. Mas o que acontece quando deixamos de ver a Terra como mãe e passamos a vê-la como amante?
Através das experiências de realidade imersiva que proporcionam, os Pony Express juntam prática artística com consciência ambiental, tornando a ecologia mais diversa, divertida, sensual e inclusiva e gerando conhecimento e capacidade de alterar o futuro.
Tecnologia e Natureza
O filósofo e artista holandês Koert van Mensvoort dará explicações sobre “Next Nature: como a tecnologia se transforma em Natureza”, a partir das 19 horas, no Rivoli. Pinturas interativas, guloseimas medicinais, carnes feitas em laboratório são alguns dos produtos que podem chegar às lojas no futuro. Diretor da Next Nature Network, movimento ambientalista do século XXI, Koert projeta produtos especulativos para provocar o debate sobre as implicações das novas tecnologias na sociedade humana.
Alguns dos pontos essenciais da conferência foram antecipados por Koert van Mensvoort ao Porto Ponto, em entrevista exclusiva.
Paulo Cunha e Silva
Sendo o dia do 2.º aniversário da morte de Paulo Cunha e Silva, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, reservou uns momentos para, às 21,30 horas, no Rivoli, homenagear o seu ex-vereador da Cultura e que com ele apresentou, já em 2013, a ideia de criar o Fórum do Futuro.
O Mundo está mais violento?
Logo em seguida, realiza-se a última conferência do programa, em que Steven Pinker, Professor de Psicologia na Universidade de Harvard, falará sobre “Passado, presente e futuro da violência”, sob moderação de José Pacheco Pereira. Considerado pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes da atualidade, Steven Pinker irá contrapor a perceção que temos de um mundo mais violento à ideia de que estamos apenas mais conscientes de que a violência existe, devido à difusão acelerada da informação. Pinker refletirá sobre quais das mudanças históricas que reduziram a violência no passado terão continuidade no futuro.
Também integrada nesta sessão de encerramento do Fórum, e logo após o final da conferência com Steven Pinker, é apresentada a performance “Here and now”, de Hamish Fulton. Desde 1972, este walking artist desenvolve a sua obra a partir das próprias experiências de “caminhar”, realizando “Here and now” a partir de uma dinâmica singular de grupo exploratória da massa de energia humana – questão central ao tema do Fórum do Futuro 2017.
Concerto com Flamingods
É com música de inspiração multicultural que termina a edição deste ano, como que deixando uma mensagem de esperança no Planeta e no Homem, depois de uma semana de alertas e perspetivas cruas sobre o que pode esperar-nos num futuro nada longínquo.
No Café-Concerto do Rivoli, às 23,30 horas, tem início o concerto dos Flamingods, em cuja música encontramos África, Ásia e todos os espaços de tensão entre estes dois continentes ancestrais, numa criação original recheada de influências. O resultado é, invariavelmente, uma explosão pop de aromas e sabores intensos, cheia de pulsões multiculturais.