“A Região Autónoma da Madeira, seguida do Centro e da Região Autónoma dos Açores, com taxas de variação de 8,1%, 2,6% e 0,6%, foram as únicas regiões a apresentar um crescimento do número de transacções de habitações no 2.º trimestre de 2019, por comparação com o período homólogo de 2018”, informa hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Neste período, o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa e o Norte registaram reduções superiores a 9,0% no número de transacções, tendo o Alentejo apresentado uma diminuição de 5,4%”, acrescenta na mais recente actualização do Índice de Preços da Habitação em Portugal.
Segundo o INE, “entre Abril e Junho de 2019, o valor das habitações transaccionadas aumentou em termos homólogos em quatro das sete regiões nacionais: na Região Autónoma dos Açores (12,0%), no Centro (9,6%), na Região Autónoma da Madeira (8,5%) e no Algarve (1,8%)”.
À semelhança do observado no número de transacções, “no que respeita ao valor das mesmas, a Área Metropolitana de Lisboa e o Norte apresentaram reduções superiores ao registo nacional (-5,7% e -2,8%, pela mesma ordem). No Alentejo, a redução no valor das habitações transaccionadas fixou-se nos 2,4%”.
Perdas globais
Em termos globais, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) “aumentou 10,1% no 2º trimestre de 2019 face a idêntico período do ano anterior, 0,9 pontos percentuais (p.p.) acima do observado no 1º trimestre”, sendo que “as duas categorias de habitações registaram taxas de variação semelhantes, 10,1% no caso das existentes e 10,3% nas novas”.
Já “em relação ao trimestre anterior, o IPHab cresceu 3,2% (3,6% no 1º trimestre de 2019). O aumento dos preços foi mais intenso no caso das habitações novas (variação de 4,1%), mais 1,1 p.p. que o observado nas habitações existentes”, adianta ainda.
Na prática, “entre Abril e Junho de 2019 foram transaccionadas 42.590 habitações, traduzindo uma redução de 6,6% comparativamente com o 2º trimestre de 2018. O valor das transacções observadas neste período foi aproximadamente 6,1 mil milhões de euros, o que constitui uma redução homóloga de 1,9%”, conclui.
A aumentar quota, mas…
Observando os dados, apenas no caso da Madeira, o número de transacções ascendeu a 736 unidades e o valor das mesmas correspondeu a mais de 97,8 milhões de euros, sendo uma das quatro regiões (tal como o Centro, o Alentejo e a Região Autónoma dos Açores) que registam há pelo menos três trimestres consecutivos (no caso do Alentejo, há 5 trimestres) “aumentos das respectivas quotas relativas regionais”, informa o INE.
No entanto, essa última conclusão é enganadora. Isto porque, olhando para a evolução trimestre a trimestre, depois do número de transacções mais alto, pelo menos desde o 1.º trimestre de 2013, atingido no 4.º trimestre de 2018, num total de 817 habitações vendidas, que representaram um volume de negócios de quase 106,9 milhões de euros (o segundo melhor em seis anos, atrás dos mais de 107,6 milhões de euros, mas apara apenas 654 transacções), os primeiros dois trimestres de 2019 registaram quebras que podem significar algo mais do que apenas uma diminuição circunstancial.
Olhando ao pormenor e, em conclusão, depois do recorde de transacções e ‘quase’ recorde de volume de negócios no final do ano passado, a primeira metade de 2019 resultou em perdas (o 1.º trimestre teve 799 transacções e 103,5 milhões de euros em volume), poderemos estar num cenário de reajuste do mercado imobiliário que tem vindo a recuperar dos anos da crise. Ou então, olhando aos últimos três anos (2016, 2017 e 2018), os dois últimos trimestres tiveram sempre mais transacções do que as primeiras metades dos anos, embora ao nível do volume somente 2017 e 2018 acompanhem essa tendência. O mercado terá a palavra.