A aquisição de imóveis por não residentes no arquipélago da Madeira aumentou 25% em 2017, ano em que foram vendidos 476 prédios, atingindo um total de 60 milhões de euros, indicou hoje o diretor regional de Estatística, Paulo Vieira.
“Isto mostra que é um segmento em crescimento”, referiu, sublinhando que em termos de valor o aumento foi de 55% face a 2016.
Os dados foram divulgados durante o II Colóquio de Estatística Regional, que decorre no Funchal, com a presença de representantes das duas autoridades estatísticas nacionais – Instituto Nacional de Estatística e Banco de Portugal – bem como dos Açores, Canárias e da Comissão Europeia.
Os principais compradores não residentes de imóveis na Madeira são oriundos da Alemanha e do Reino Unido, que são também os maiores mercados turísticos da região autónoma.
“Outro dado que ressalta é a perda de capacidade de compra dos residentes na Venezuela, que em 2012 e 2013 lideravam a lista, mas que em 2017 nem surgem no ‘top’ cinco”, indicou Paulo Vieira, explicando que o facto está ligado à crise social e económica que atravessa aquele país, onde vive uma das maiores comunidades de emigrantes madeirenses.
O estudo sobre “Aquisições de imóveis na Região Autónoma da Madeira por não residentes” revela ainda que foram vendidas 14 casas por um valor superior a 500 mil euros.
“Isto está relacionado com os ‘vistos Gold’ e é algo em crescimento na região autónoma”, disse Paulo Vieira, sem, contudo, indicar a nacionalidade dos compradores.
O Colóquio de Estatística Regional apresentou também estudos sobre o setor agroalimentar e a indústria extrativa no arquipélago, que representam 6,8% e 0,07% em termos de valor acrescentado bruto.
O setor agroalimentar emprega 22 mil pessoas – 18,3% do emprego na região – apenas ao nível da indústria alimentar e de bebidas e comércio por grosso e a retalho de produtos alimentares e bebidas.
A indústria de extração de inertes é, por outro lado, um sector em queda desde o período do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF-2012/2015).
“O número de empresas passou de 27 para apenas 15 entre 2008 e 2017 e isso naturalmente tem a ver com o facto de a construção ter perdido importância nos anos do PAEF e também depois da crise financeira internacional”, disse Paulo Vieira.