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Vitorino Nemésio é um dos mais representativos vultos culturais da nossa contemporaniedade, afirma Avelino Meneses

O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou, em Angra do Heroísmo, que Vitorino Nemésio, autor do romance ‘Mau Tempo no Canal’,  é “um dos melhores hinos dos Açores”.

 

Avelino Meneses, que falava sexta-feira na sessão evocativa do 40.º aniversário da morte de Vitorino Nemésio, recordou que, em 1932,  no âmbito das comemorações do quinto centenário do descobrimento dos Açores, o autor açoriano foi, “a partir da sua própria experiência de ilhéu afastado das ilhas, o inventor da Açorianidade”, que considerou ser “o misto de isolamento e mundividência mais apropriado à definição do nosso caráter que transborda de variedade”.

 

“Um isolamento que resulta do afastamento dos continentes e da descontinuidade das ilhas, ou seja, da condição da geografia, e uma mundividência que decorre da função de elo da correlação  transatlântica, isto é, do sentido da história”, acrescentou Avelino Meneses, salientando que, em 1944, Vitorino Nemésio, com o romance ‘Mau Tempo no Canal’, deu à estampa “uma das expressões máximas da Açorianidade”.

 

Para o Secretário Regional, “os Açores todos estão num livro que, aparentemente, só trata de uma parte do arquipélago, a saber, do triângulo Faial, Pico e S. Jorge, com um pouco de Angra, mas onde a proximidade das ilhas e dos lugares confere talvez maior evidência a essa tal Açorianidade”.

 

Na sua intervenção, Avelino Meneses destacou a figura de Nemésio como poeta, romancista, historiador da cultura, ensaísta, professor e académico, “dono, à luz dos géneros tradicionais, de uma obra muito variada, mas invulgarmente coesa e una”, o que o coloca como “um dos mais representativos vultos culturais da nossa contemporaneidade”.

 

Esta sessão evocativa, promovida pela Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, incluiu ainda com uma conferência de António Machado Pires, antigo Reitor da Universidade dos Açores e um dos mais conceituados estudiosos de Vitorino Nemésio.

 

No âmbito desta efeméride foi também inaugurada uma exposição bibliográfica intitulada ‘Vitorino Nemésio: as fibras do mormaço’, que estará patente até 28 de fevereiro.

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