Classificada como Monumento Nacional, esta capela, fundada sob a invocação de Corpus Christi, foi mandada construir, em 1644, por D. Francisco de Castro, neto do vice-rei D. João de Castro, para acolher o panteão da sua família. A sua consagração terá ocorrido provavelmente em 1648, data que surge inscrita numa lápide da estrutura. Edificada dentro do antigo Convento de São Domingos de Benfica, traduz uma arquitetura religiosa maneirista.
De planta longitudinal, composta por três corpos justapostos, nave, presbitério e retro-coro, encontra-se integrada na estrutura do claustro, pelo que a sua fachada surge rasgada, apenas, por portal de moldura retangular, encimado pela pedra de armas dos Castros, ao qual se sobrepõe uma janela retangular iluminante.
O interior, de nave única, encontra-se coberto por abóbada de berço, com marcação de caixotões. Para a nave abrem-se seis arcos de volta inteira, quatro dos quais funcionam como arcossólios, albergando os túmulos dos membros da família do fundador, urnas de mármore piramidais, assentes sobre pares de elefantes, igualmente em mármore.
O presbitério, ao fundo, encontra-se separado da nave por um desnível de quatro degraus, exibindo um retábulo de gosto tardo-maneirista, de talha branca e dourada, decorado com motivos vegetalistas. Ao centro integra sacrário com baldaquino e a parte superior do conjunto retabular é rematado por uma tela figurando ‘A Última Ceia’.
O retro-coro, elemento pouco comum na arquitetura portuguesa, abre-se atrás do retábulo, sendo um espaço para uso exclusivo da comunidade monacal. Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, a Capela de Corpus Christi manteve o padroado da família Castro. À época da implantação da República o templo encontrava-se bastante arruinado.
Apesar de em 1910 o Convento de São Domingos de Benfica ter sido ocupado pelo Instituto Militar dos Pupilos do Exército, só anos mais tarde a capela viria a ser objecto de restauro.
Transportes:
Autocarro: 770.
Source: CM Lisboa.