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Da Irmandade à Construção do Santuário

A criação de uma Irmandade foi um processo natural não só pela crescente devoção, mas também pela tradição que Óbidos possuía com as suas múltiplas colegiadas. Pelo menos desde 1732 que essa Irmandade estava criada, pois essa é a data do primeiro documento conhecido. Com o aumento das esmolas e o pagamento de promessas a ideia de construir um novo templo passou a ser uma aspiração consensual. Em 1739 as esmolas ascendiam a 507$50 réis e havia materiais de construção suficientes para a construção de uma capela provisória em madeira para albergar a imagem. Autores coevos referem que a 19 de Julho de 1739 a afluência de romeiros foi tão grande que as fontes da vila não foram suficientes para responder às necessidades. O relato refere ainda que um dos mesários da irmandade, inspirado por grande devoção, mandou que se retirasse uma grande pedra, de onde saiu água em abundância. A preocupação com o fornecimento de água aos milhares de romeiros era frequente e sentiu-se noutros santuários como o de Nossa Senhora da Nazaré,
no Sítio da Nazaré, onde, no mesmo século, a Mesa Administrativa procedeu a vários investimentos de forma a melhorar o abastecimento público de água. Temos, portanto, um quadro de devoção de grande abrangência, somas financeiras consideráveis de esmola e espaço para um novo templo, apesar dos conflitos entre proprietários dos terrenos. Para além disso, contava com o apoio do Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, e do próprio monarca D. João V. O primeiro, figura crucial à época, teria uma relação especial com a vila de Óbidos, quanto mais não seja por ser o Procurador da Casa das Rainhas, instituição à qual a vila estava indelevelmente ligada. D. João V seria um conhecedor e devoto do culto, pois as suas visitas às Caldas da Rainha, para tratamento dos seus problemas de paralisia, fizeram-no tomar contacto com este fenómeno devocional.

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morada Santuário Nossa Senhora da Pedra, Óbidos

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