O Largo Cândido dos Reis (antigo Terreiro das Camarinhas), foi desde o século XVII a zona nobre da cidade, onde se situavam os solares e palacetes da cidade do século XVII-XVIII, de famílias ilustres como a do Barão de Salgueiro, do Barão de Viamonte, dos Ataídes, dos Charters d’Azevedo, e dos Alçada.
É na Casa dos Ataídes, situada no lado oeste do largo que surge a Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída no século XIX – hoje foi recuperado para albergar a sede da Caixa de Crédito Agrícola de Leiria. No outro lado do largo, a casa dos Charters foi hoje convertida na Biblioteca Municipal. Foi ainda no solar do Barão do Salgueiro, em frente à biblioteca municipal, que aconteceu a Eça de Queirós o que este descreveu n’Os Maias como ocorrido a João da Ega: em 1871 Eça teria ido a um baile de máscaras do barão, presidente da câmara da altura, mascarado de Cupido e refugiou-se com a sua mulher para uma sala, pelo que o barão acabou por expulsar Eça da sua festa.
Podemos ainda constatar que aqui existiu a capela de são Brás, onde actualmente se encontra um edifício habitacional projectado por Korrodi (situado no extremo NE do largo)
O Terreiro teria também a designação de Terreiro do Pão e Queijo. Esta designação surgiu de uma lenda que conta que nesse local viveu uma taberneira que baptizava o vinho com a água tirada de um poço. Essa água era salgada, e envergonhada por terem descoberto o seu esquema, a mulher decidiu por todos os seus nomes em nome da Confraria do Espírito Santo se estes dessem um bodo de pão e queijo aos pobres – tradição que em risco de esquecimento chegou a ser relembrada pelos bispos da diocese, em 1632 e 1639.
Agora, adquirido o nome de Largo Cândido dos Reis, é um espaço de diversão nocturna com a instalação de vários bares ao seu redor, em que se multiplicam ao longo da rua Direita e suas transversais.
Fonte: Wikipedia